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Futsal: Liga e Iquebal empatam e Petromoc goleia a ADEC

Futsal: Liga e Iquebal empatam e Petromoc goleia a ADEC

Um empate a três golos entre a Liga Muçulmana e o Iquebal de Maputo marcou o início do Torneio de Abertura de Futsal da cidade de Maputo. A promissora equipa da Petromoc humilhou a ADEC, por 5 a 1.

Diferentemente do sucedido no jogo da Supertaça, em que a Liga Muçulmana não precisou de muito esforço para derrotar o Iquebal por 6 a 3, erguendo aquele importante troféu da capital do país, no arranque do Torneio de Abertura as duas equipas, sobejamente conhecidas pela sua rivalidade, foram protagonistas de um confronto disputadíssimo. Há quem diga até que “foi impróprio para cardíacos”. Os campeões nacionais em título entraram audaciosos neste confronto e, logo no primeiro minuto, violaram as redes da Liga Muçulmana.

Caló, atleta que no ano passado envergou a camisola dos muçulmanos, fez o túnel entre as pernas de Costa e rematou a bola para o fundo das malhas do guarda-redes Custódio. Manifestamente surpreendida pela entrada em grande do Iquebal, a Liga “apertou o cerco” e, dois minutos depois de sofrer o golo, igualou o marcador com um forte remate desferido de longe por Arcanjo. Restabelecida a igualdade, os actuais detentores do título da cidade fecharam-se na zona defensiva, motivando a subida da equipa orientada por Roberval Ramos, em campo liderada pelo capitão Favito, a unidade mais produtiva e veloz da Liga Muçulmana.

Esta atitude, que persistiu por longos minutos, fez com que, por um lado, os muçulmanos estivessem mais perto do golo e, por outro, Sulumba, guardião das redes contrárias, demonstrasse que realmente merece a confiança do seu treinador, Juneid Ibraímo. Nesta etapa do jogo, a Liga desferiu cinco remates à baliza do Iquebal e todos foram defendidos com classe por aquele guarda-redes. Porque diz o ditado que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, depois de uma monumental jogada de Arcanjo, que num só toque isolou Favito, a Liga Muçulmana fez a reviravolta em cima do intervalo.

O inconformismo salvou a “pele” do Iquebal

Na etapa complementar, as duas equipas protagonizaram um jogo – diga-se de passagem – de “loucos”. Quem atacava era perigosamente retribuído. Nesta onda, os dois guarda-redes destacaram-se de igual modo ao defenderem vários remates de ambos os lados. No minuto 28, a sorte, ou seja, a pontaria inclinou para o lado muçulmano. O árbitro da partida exibiu a cartolina vermelha ao guarda-redes do Iquebal, por este ter usado as mãos, fora da grande área, para travar o remate de Russo. Na cobrança do livre directo, Favito ampliou a vantagem da Liga para 3 a 1, apontando o seu segundo golo da noite.

Mesmo na fase descendente da carreira, Dino, antigo jogador da Liga Muçulmana, liderou a “operação recuperação” do Iquebal e fez toda a equipa acreditar num resultado satisfatório. No minuto 32, aquele atleta fintou dois adversários dentro da grande área e, com toda a naturalidade, marcou o segundo golo da equipa. Em abono da verdade, diga-se que este foi o melhor tento da noite, uma verdadeira obra de arte.

Quando faltavam cinco minutos para o fim da partida, Roberval Ramos, treinador da Liga Muçulmana, pediu aos jogadores que circulassem mais a bola, forma encontrada de gerir a ansiedade e o esforço físico dos mesmos. Juneid Ibraímo, por sua vez, exigiu uma forte pressão sobre o adversário para não permitir as saídas ao ataque, como também impedir a circulação da bola.

Esta tendência do jogo prejudicou sobremaneira os vencedores da Taça de Moçambique que, a sensivelmente dois minutos do apito final do árbitro, sofreram o golo de empate. Ofuscado por um companheiro que estava à sua frente, o guarda-redes Custódio não viu a bola, rematada por Caló, tendo a mesma passado por entre as suas pernas. Um duro golpe no “estômago” de Roberval Ramos. Depois do tento sofrido, a Liga Muçulmana ainda tentou “renascer das cinzas”, porém tarde demais. Russo, o mais inconformado entre os muçulmanos, “levou” o esforço físico ao extremo e foi prescindível nos derradeiros segundos do jogo.

O semáforo do jogo

Verde: Favito

Depois da pálida actuação na partida da Supertaça, o jogador da Liga Muçulmana não poderia pedir desculpas ao público de outra forma. É bom que se diga que fez uma exibição de agradar a vista de qualquer amante de futsal. O jeito como comandava a equipa no ataque e as suas intervenções implacáveis na defesa levam-nos a afirmar que foi a melhor unidade em campo. E mesmo para corroborar com esta nossa afirmação, Favito marcou dois golos.

Amarelo: Caló

Apesar de ter bisado no jogo, Caló deixou-nos com saudades do tempo em que não era um jogador comum. Ficou preso ao jogo colectivo, sobretudo nos momentos em que podia desequilibrar para ter mais opções de passe. Revelou algum medo na recepção da bola, optando por soltá-la sempre ao primeiro toque, e não acertando também no chamado “último passe”.

Deixou o companheiro Dino a jogar sozinho, quando todos sabem que ambos fazem uma dupla imbatível. Por diversas vezes foi chamado ao banco de suplentes, uma atitude rara de Juneid Ibraímo. Chegámos a pensar que estava a ressentir-se do jogo da Supertaça.

Vermelho: Custódio

O guardião das redes muçulmanas foi a pior unidade em jogo. No lugar de ajudar, embaraçou os seus colegas com uma manifesta lentidão nas reposições de bola. É um daqueles jogadores que precisa de entender que, no futsal, um guarda-redes sempre que defende a bola deve ser ágil nas jogadas de modo a tirar proveito do desequilíbrio do adversário. Nos próximos jogos, Custódio tem de saber gritar com os colegas, de modo que estes saibam posicionar-se num lance defensivo. Não pode permitir aquele tipo de “frangos”.

Petromoc na liderança do Torneio de Abertura

No outro jogo da noite, a Petromoc humilhou a estreante equipa da ADEC por cinco golos a um. O resultado espelha a atitude das duas colectividades em campo, sendo que os petrolíferos foram dominantes do primeiro ao último minuto. Mauro Magule foi o grande destaque ao apontar três dos cinco tentos, num confronto em que Eddy Monjane e Nelson esclareceram todas as dúvidas sobre as qualidades e o valor que acrescentam na equipa da Petromoc. O Nasselas também conquistou três pontos mercê da falta de comparência da Auto-Avenida, sendo que o GDM-Finanças não disputou a ronda inaugural devido ao número ímpar de equipas.

Com este quadro de resultados, a Petromoc lidera o Torneio de Abertura com três pontos, a par do Nasselas, ambas seguidas pelas equipas da Liga Muçulmana e do Iquebal, com apenas um. A ADEC e a Auto-Avenida ocupam as duas últimas posições sem nenhum ponto conquistado. Na jornada que se disputa na noite desta sexta-feira (14), no pavilhão da Liga Muçulmana, a Petromoc vai medir forças com o Nasselas, enquanto a Auto-Avenida vai defrontar os actuais vencedores da Taça de Moçambique. O Iquebal, uma vez estarem em actividade sete equipas (número ímpar), ficará sem competir por falta de adversário.

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