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Futsal: Arbitragem decide a partida entre Liga Muçulmana e Auto Avenida

Futsal: Arbitragem decide a partida entre Liga Muçulmana e Auto Avenida

A Liga Muçulmana de Maputo derrotou a Auto Avenida, por 5 a 4, e manteve a segunda posição do Torneio de Abertura de Futsal da Cidade de Maputo. Russo apontou quatro golos e calou os detractores. A equipa da Petromoc humilhou a equipa de Aly Hassan e isolou-se na liderança da competição.

O pavilhão dos desportos da Liga Desportiva Muçulmana de Maputo foi palco de uma partida imprópria para cardíacos na noite de sexta-feira (14) passada. Momentos após o apito inicial, os muçulmanos investiram no ataque e tentaram de todas as maneiras violar as redes contrárias, defendidas por Bulha.

A Auto Avenida, que se assustou com a postura ofensiva da Liga, decidiu baixar completamente as linhas defensivas, limitando-se a responder em contra-ataques esporádicos que chegavam sem perigo aos postes à guarda de Custódio. Depois de várias tentativas, a Liga Muçulmana finalmente encontrou-se com a baliza. Estavam decorridos oito minutos quando Russo abriu o marcador, a dar resposta positiva ao passe exuberante de Edson.

Com o “orgulho ferido”, a Auto Avenida mudou de postura passando a jogar abertamente, rompendo a timidez e cortando a audácia da equipa contrária. Em dois momentos separados de distracção, os muçulmanos poderiam ter sofrido golos se Énio e Fadil tivessem talento suficiente para enganar Custódio. Num lance bem estudado, a Liga Muçulmana recuou para defender, dando tempo e espaço ao adversário para desenhar uma jogada de ataque, todavia esquecendo-se de acautelar os métodos defensivos.

Foi com base nesta situação que Roberval Ramos invocou a inteligência colectiva da equipa que, mercê do desequilíbrio da defesa contrária, chegou ao segundo golo. O guarda-redes Custódio fez um passe longo para Arcanjo que, por sua vez e sem precisar de se aproximar do guarda-redes Bulha, abanou pela segunda vez as redes da Auto Avenida.

Depois do golo, a Liga voltou a comandar a partida e a equipa adversária limitou-se a defender para não sofrer muito mais. Aos 13 minutos, Russo marcou o golo da noite. Aquele atleta, que trocou a Petromoc pelos muçulmanos nesta temporada, fintou três adversários e, com o guarda-redes na frente, dilatou a vantagem da sua equipa. Estranhamente, quando se aproximava o intervalo, a Liga Muçulmana privilegiou a posse e a circulação de bola em toda a largura do campo, uma postura sobejamente conhecida e que no último jogo, diante do Iquebal, gerou dissabores. A Auto Avenida não fugiu à regra. Pressionou alto, interceptou o esférico, atacou e reduziu a desvantagem.

Custódio arrependeu-se de ter “nascido” sem asas. Talvez assim poderia ter defendido aquele “balão” de Ezequiel. O tento desconcentrou os jogadores da Liga, que, enquanto aguardavam impacientemente pelo intervalo, a Auto Avenida punha Roberval Ramos à beira de um ataque de nervos quando marcou o segundo golo, da autoria de Ercílio. Com dois minutos por disputar, a Liga tentou corrigir o erro ao jogar novamente no ataque, mas nada que detivesse a inspiração dos atletas da Auto Avenida que, mercê de mais um roubo de bola protagonizado por Milton, Wilson repôs a igualdade no marcador.

Há quem goste de ser masoquista!

No regresso, a Liga Muçulmana quis aniquilar a Auto Avenida. Foi demasiadamente cautelosa no domínio de bola e na pressão alta sempre que a perdesse. Recuperou momentaneamente a identidade e jogou sem dar espaço de manobra ao adversário. Pecou sobremaneira no capítulo da finalização. Depois de mais uma jogada fenomenal e aparentemente fácil, Edson fintou o guarda-redes e, com a baliza totalmente escancaradamente, preferiu ceder o esférico ao colega de equipa, Russo, que marcou o seu terceiro golo da noite e o quarto dos muçulmanos da Liga.

A vantagem no marcador adormeceu novamente a equipa anfitriã que, teimosamente, voltou a circular a bola, numa manifesta intenção de gerir o resultado. Desta vez, a Auto Avenida não soube pressionar e o “futsal” dos muçulmanos ganhou intensidade. Numa jogada rápida de contra-ataque, Milton mudou de direcção para a esquerda e, perto da linha final, cruzou a bola para o centro ao encontro de Wilson que a desviou para o fundo das malhas. Estava feito o empate no pavilhão da Liga Muçulmana.

A três minutos do fim, as duas equipas decidiram investir unicamente no ataque, sempre à busca do golo da vitória. Nesta etapa, o árbitro da partida, José Guilonde, roubou o protagonismo aos jogadores ajuizando mal os lances, em manifesto prejuízo dos dois conjuntos. A um minuto e 37 segundos do apito final, aquele juiz assinalou incorrectamente um livre directo a favor da Liga Muçulmana, alegando que Bulha usou as mãos para defender o remate de Ramadan, fora da grande área, o que lhe custou um cartão vermelho directo. Russo, chamado a cobrar, marcou o golo que deu os três pontos aos muçulmanos.

Petromoc na liderança da competição

Em partida também da segunda jornada do Torneio de Abertura, a Petromoc humilhou o Nassela’s, derrotando-o por 7 a 2 e ascendeu à liderança da competição. Mário Magule esteve inspirado naquela noite ao apontar três golos diante da recém- -criada equipa da antiga estrela do futebol moçambicano, Aly Hassan.

O jogo entre a ADEC e o GDM Finanças não se realizou devido a questões organizacionais, segundo revelou a Associação de Futsal da Cidade de Maputo.

 

O semáforo do jogo

Verde: Russo

Com quatro golos marcados, Russo foi indubitavelmente a melhor unidade em campo nesta partida. Com uma brilhante actuação, o internacional moçambicano remeteu ao silêncio os que pensavam que o seu regresso à Liga Muçulmana, uma equipa repleta de estrelas, seria o fim da sua brilhante carreira.

Russo esteve sintonizado com os colegas ao longo do jogo. Talvez por isso foi altamente produtivo nos 40 minutos. O antigo jogador da Petromoc foi excepcional na defesa e simplesmente exuberante nas jogadas de ataque. Assombrou o guarda-redes da Auto Avenida, Bulha, que certamente não sentirá saudades daquela sexta-feira (14). O careca, como é chamado pelos colegas de equipa e adeptos da Liga Muçulmana, soube devolver o sorriso a Roberval Ramos.

Amarelo: Wilson

O capitão da Auto Avenida poderia ter feito o melhor jogo da sua carreira, se tivesse ajudado os colegas de equipa nos momentos cruciais. A forma como se comportou deu a entender que estamos diante de um Wilson decadente e com poucas intervenções na zona defensiva.

Apesar dos dois golos que marcou, não foi decisivo nas jogadas de ataque, em que facilmente perdia a bola no confronto directo com Favito.

Vermelho: João Guilonde

Diferentemente do que temos feito, hoje elegemos como a pior unidade deste jogo da segunda jornada do Torneio de Abertura de Futsal da cidade de Maputo o árbitro João Guilonde. Fez parte do espectáculo e por isso merece a nossa apreciação, neste caso negativa.

Este juiz influenciou claramente no resultado final e estragou uma noite de sexta-feira (14) que prometia um bom espectáculo de futsal. Expulsou injustamente o guarda-redes da Auto Avenida por entender que defendeu a bola com as mãos fora da grande área. São erros que são cometidos por quem trabalha. Mas se a barriga de Bulha é uma mão, então a arbitragem é uma profissão muito arriscada para João Guilonde.

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