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Fusão parcial em dois reactores nucleares de Fukushima

A Agência de Segurança Nuclear japonesa e o Governo de Tóquio confirmaram a fusão parcial dos núcleos dos reactores 1 e 3 de Fukushima I. E foi detectado tecnécio 99 no reactor 2, elemento que só se liberta com a fusão das barras de combustível, indicando que está danificado, embora não se saiba ainda com que gravidade.

Mas o porta-voz do Governo, Yukio Edano, citado pela emissora NHK, descartou a possibilidade de uma fusão total dos núcleos se os trabalhos de refrigeração continuarem. A fusão do núcleo, onde se encontra combustível como urânio ou plutónio, é dos piores acidentes que pode acontecer a um reactor pois cria o risco de rompimento das barreiras de contenção do núcleo, com a libertação de materiais radioactivos.

Os dados foram divulgados depois de robôs terem entrado nos reactores para medir os níveis de radioactividade, hidrogénio, temperatura e humidade. Os robôs indicaram elevados níveis de radioactividade nos edifícios dos reactores 1 e 3, tendo estes sido os que ficaram mais danificados com o sismo e maremoto de 11 de Março. As medições realizadas nas piscinas de combustível do reactor 2, onde se encontram 615 barras usadas e que, por isso, acumulam maior nível de radiação, revelaram níveis de iodo e de césio radioactivo muito elevados.

O objectivo das medições foi determinar se os trabalhadores da central poderiam ou não aceder aos reactores para recomeçar a tarefa de refrigeração, sobretudo no reactor 3, onde não entrou ninguém desde a explosão de hidrogénio que se seguiu ao desastre. Concluiu-se que o ambiente é “demasiado adverso” à presença humana, o que dificultará e prolongará a reparação. A Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a central, anunciou que só espera ter a crise controlada no final do ano. Para já, a empresa começou a transferir a água altamente radioactiva do reactor 2 para um centro de tratamento de resíduos nucleares.

No total, a Tepco espera levar para tratamento dez mil toneladas de água contaminada do total de 25 mil toneladas que se acumularam na base do reactor. Diariamente serão transportadas 480 toneladas de água e a operação estará concluída em 20 dias. Nos reactores 1 e 3 estão acumuladas 42.500 toneladas de água que a empresa classificou como “ligeiramente contaminada”.

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