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“Fugimos da nossa terra natal por causa da guerra, chegamos a Metuge onde encontramos a covid-19” refugiado do terrorismo em Cabo Delgado

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O Distrito de Pemba Metuge acolhe a maioria dos sobreviventes do terrorismo, quase sem condições para viverem com distanciamento físico e com deficiente acesso a água potável a região tornou-se num dos focos da 3ª vaga da pandemia respiratória na Província de Cabo Delgado. “Fugimos da nossa terra natal por causa da guerra, chegamos a Metuge onde encontramos a covid-19 que não nos permite circular a procura de trabalho, temos que depender de ofertas”, relatou Omar Chale, chefe de família deslocada do Distrito de Macomia.

No Distrito de Metuge estão acomodados quase 150 mil dos 800 mil moçambicanos que sobrevivendo aos ataques terroristas nos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia, Palma, Nangade, Quissanga e Muidumbe procuraram refugio na capital da Província de Cabo Delgado. Com características rurais o distrito tem quase nenhuma infra-estrutura pública de água, energia ou saneamento e os centros de saúde não foram dimensionados para os milhares de moçambicanos que ali residem há mais de 3 anos.

O @Verdade apurou que apenas os postos administrativos de Metuge-sede e Mieze tem água canalizada, embora com sérias restrições, as unidades sanitárias são quatro, agora reforçadas por clínicas móveis. As “aldeias” onde vivem os refugiados tornaram-se focos da covid-19 pois são aglomerados populacionais frequentados por milhares de indivíduos, nacionais e estrangeiros, em missão de assistência humanitária que em simultâneo são viajantes de regiões e países onde a pandemia respiratória está a causar vítimas.

“Aqui quando amanhece a prioridade é procurar comida para os nossos dependentes, não podemos deslocar a Cidade de Pemba a procura de um biscatos por causa da covid-19”, relatou Issa Ismael, refugiado de 42 anos de idade a viver com esposa, três filhos e três sobrinhos numas das aldeias de reassentamento existentes no Distrito de Metuge desde o ano de 2020 Ismael, que com a família sobreviveu ao terrorismo fugindo do Mocímboa da Praia para a Cidade de Pemba num barco a vela, disse que não é possível evitar os aglomerados no entanto tem esperança de depender menos da ajuda humanitária porque na terra que recebeu “abri uma enorme machamba onde estou a produzir milho e feijão bóer”.

Omar Chale, de 52 anos de idade, fugiu do Distrito de Macomia com os seus dois filhos e esposa, primeiro caminhado pela mata e depois de barco a vela chegou a capital da Província de Cabo Delgado. “Nós estamos de mãos atadas por dois problemas, fugimos da nossa terra natal por causa da guerra e chegamos a Metuge com vida mas encontramos a covid-19 que não nos permite circular a procura de trabalho, temos que depender de ofertas”.

A autoridade comunitária lamenta “o comportamento dos meus concidadãos, não respeitam o mínimo das medidas de prevenção contra covid-19 numa zona destas, propensas a contágios, mas em coordenação com activistas de algumas organizações que cá operam, temos nos desdobrado em campanhas de educação cívica, dando como exemplo a cólera que eclodiu ainda este ano”.

“E nos preocupa também, porque não temos centro de isolamento para tratamento da covis-19, dos casos detectados foram transferidos a Cidade de Pemba e não tivemos o ponto de situação, se os mesmos viveram ou perderam a vida, e outra preocupação é o abastecimento de água, de facto foram distribuídas barras de sabão mas acredito que usaram para banho”, revelou Makupe Bahetwe.

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