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‘@Verdade Convidada: A lição esquecida do Império Romano

O período que estamos a viver na Europa assemelha-se à última fase do Império Romano, quando a economia estava estagnada, o exército era demasiado caro para poder ser sustentado e havia uma redução significativa da população. O vazio criado foi preenchido por povos germânicos que começaram por se infiltrar pacificamente no império para, em seguida, serem recrutados para as legiões e acabarem por invadir o império com as suas próprias armas.

Da mesma forma, a Europa de hoje apresenta um desenvolvimento económico reduzido, uma burocracia demasiado dispendiosa e uma baixa taxa de natalidade que resulta no óbvio envelhecimento da população. O vazio está a ser preenchido por pessoas jovens e prolífi cas que vêm de diferentes países do mundo menos desenvolvido – em particular do Norte de África, de onde alcançam facilmente a costa italiana.

Mas quem são estes migrantes? Muitos deles são pessoas que passam fome, que fogem aos regimes opressivos que dominam os seus países. Mas, o mais importante, é que são também essencialmente jovens empreendedores e esforçados que querem fazer o seu caminho na Europa, para onde se deslocam com toda a sua família.

O que se verifica, aliás, é parecido com o que aconteceu no passado nos Estados Unidos – caso no qual os imigrantes eram os europeus e não tiveram especiais dificuldades de integração, uma vez que partilhavam a mesma religião, havia uma única língua e um poderoso sentimento patriótico.

Na Europa, em vez disso, há diversas nacionalidades, línguas e religiões e, em vez de uma única nação orgulhosa da sua identidade, coabitam aqui mais de 30 países diversos e com diferentes idiomas.

Os recém-chegados, mesmo que se queiram integrar, não encontram um modelo único e uma única pátria para os receber e se tornar dominante, pelo que é mais fácil manterem os laços com o país de origem.

Não me recordo de um fenómeno de contornos semelhantes na história. Sempre se encontrou uma grande mistura de línguas e religiões nas capitais dos grandes impérios: de Roma à Babilónia, passando, mais recentemente, por Londres e Paris. No entanto, isso acontecia apenas na capital, que contava, ao mesmo tempo, com um governo sólido e uma língua oficial reconhecida.

Hoje a Europa é um continente sem um governo ou um idioma unifi cador. Qualquer sonhador optimista imagina o dia em que será possível criar uma civilização euro-asiática-africana feliz, mas por agora o resultado de todas as tentativas nesse sentido resume-se a uma Europa ainda mais fragmentada no plano político, no plano cultural, na língua e na religião.

A Itália, no centro do Mediterrâneo, acaba por ser aquele que se encontra mais exposto, com graves problemas económicos e sem poder contar com a ajuda europeia.

Tendo tudo isto em conta, é essencial que ultrapassemos os problemas económicos com que hoje somos confrontados sozinhos, contando apenas com a nossa inteligência e apoiando- nos sobretudo no nosso bom senso.

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