A França planeia ir adiante com a cimeira climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Paris no final deste mês apesar da série de ataques que mataram 127 pessoas na capital na sexta-feira.
Indagada se a reunião, que terá a participação de quase 200 países, pode ser adiada, remarcada ou cancelada, uma fonte diplomática francesa de alto escalão declarou à Reuters neste sábado: “Isso nem sequer está a ser cogitado”.
Nick Nuttall, porta-voz do Secretariado da Mudança Climática da ONU em Bonn, na Alemanha, também disse que a conferência “irá adiante tal como planeado”.
Cerca de 118 líderes globais, incluindo o presidente dos Estado Unidos da América, Barack Obama, são esperados na cúpula entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro, na qual se deve decidir um acordo global para limitar as emissões de gases de efeito estufa. Ao todo, entre 20 e 40 mil delegados devem comparecer.
“A segurança nas conferências do clima da ONU sempre é rígida, mas compreensivelmente será ainda mais rígida em Paris”, afirmou Nuttall.
A ONU é a maior responsável pela segurança dentro do local da reunião em Le Bourget, no norte da capital.
O presidente francês, François Hollande, prometeu neste sábado uma reacção “implacável” à onda de atentados de homens armados e homens-bomba que mataram 127 pessoas por toda Paris, descrevendo a agressão, assumida pelo Estado Islâmico, como um acto de guerra.
Os organizadores de uma manifestação para pressionar por uma acção climática planeada para a cidade no dia 29 disseram que irão se encontrar na segunda-feira “para discutir caminhos adiante”, disse Alice Jay, directora do grupo de activistas Avaaz e um dos organizadores. Eles tinham a esperança de imitar a “Marcha Climática do Povo” de Nova York no ano passado, que atraiu centenas de milhares de pessoas e foi o maior protesto contra o aquecimento global da história.