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Fracasso na escolha de novo presidente libanês deixa ‘vácuo’ de poder

Os parlamentares libaneses não conseguiram, esta quarta-feira (7), pela terceira vez escolher um presidente, aumentando os temores de que o cargo permanecerá vago com o fim do mandato do presidente Michel Suleiman dentro de três semanas.

O presidente do Parlamento, Nabih Berri, convocou uma nova sessão para o dia 15 de Maio, mas os políticos disseram esperar divergências sobre a substituição de Suleiman, que podem arrastar-se por meses depois de sua saída no dia 25 de maio.

Qualquer candidato teria provavelmente de conseguir algum apoio dos dois principais blocos políticos – a aliança xiita Hezbollah 8 de Março e a coligação rival sunita 14 de Março – para obter a maioria necessária de 128 deputados do Parlamento. Mas as tensões foram agravadas pela guerra cada vez mais sectária na vizinha Síria, onde os rebeldes sunitas estão lutando para derrubar o presidente Bashar al-Assad, do qual o Hezbollah é aliado, o que acirrou a disputa entre os dois lados.

O Hezbollah e os sunitas do Movimento Futuro não conseguiram chegar a um acordo sobre um candidato e os cristãos maronitas do Líbano, que ficam com a Presidência sob o sistema de partilha de poder do país, estão divididos entre os dois campos.

“A contínua falta de quórum indica que um presidente não será eleito antes de 25 de maio e, portanto, haverá um vácuo”, disse um político proeminente que pediu para não ser identificado.

“Embora a questão possa se mover mais mais rápido após 25 de maio, um acordo sobre o presidente pode levar tempo, talvez meses.” No mês passado, o ex-chefe militar Samir Geagea, um adversário de longa data de Assad, ganhou o apoio de deputados em seu bloco 14 de março, mas obteve apenas 48 votos contra os 52 em branco dos parlamentares do 8 de Março.

A votação desta quarta-feira foi cancelada depois que os deputados do 8 de março boicotaram a sessão, deixando-a sem o quórum de dois terços necessário para a realização da votação. O impasse ocorre menos de dois meses depois de o primeiro-ministro Salam Tammam acabar com o vácuo de um ano no governo, ao ganhar um voto de confiança.

Em entrevista a uma rádio libanesa, o parlamentar Marwan Hamadeh disse que o governo de Salam assumiria funções presidenciais em caso de Suleiman deixar o cargo antes de um substituto ser encontrado.

O Líbano precisa desesperadamente de dirigentes que lidem com as consequências dos três anos de guerra síria para a segurança e a economia, bem como para enfrentar problemas como a falta de energia eléctrica e infraestrutura e reivindicações salariais no sector público.

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