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Fórum Económico Mundial: Guebuza fala sobre “Agenda Verde”

O presidente moçambicano, disse, quarta-feira, na Cidade do Cabo, África do Sul, que a questão da protecção do meio ambiente é um problema que deverá ser encarado por todos os países, razão pela qual o governo incluiu no Orçamento do Estado a “Agenda Verde”.

Falando no Fórum Económico Mundial (FEM), durante um painel sobre o “Crescimento Verde” em África, Guebuza explicou à sua audiência “que estamos a fazer o pouco ao nosso alcance com os recursos que temos a nossa disposição”. O “Crescimento Verde”, um conceito relativamente novo, concilia o crescimento económico com a protecção do meio ambiente.

Como sua contribuição, o governo moçambicano adoptou algumas medidas, entre as quais se destaca a redução da dependência exclusiva nos combustíveis fósseis para que todos os veículos passem a circular com uma mistura de biocombustíveis e combustíveis fosseis. Além disso, segundo Guebuza, o governo ambiciona ver um uso mais extensivo do uso da energia solar e eólica.

A maioria das capitais distritais já se encontra ligadas a rede nacional de energia eléctrica produzida pela barragem de Cabora Bassa, no Rio Zambeze. Contudo, as linhas de energia necessárias para o transporte da electricidade de Cabora Bassa ao longo de todo o país são muito onerosas. Por isso, Guebuza sugere que, a nível local, a energia solar deveria ser determinante para a produção de electricidade.

Sobre as medidas para travar a desflorestação, Guebuza disse que entre as várias iniciativas em curso destaca-se o plantio de árvores, um projecto que preconiza que cada estudante deveria plantar pelo menos três árvores por ano, o que poderá se traduzir em cerca de cinco milhões de novas árvores por ano.

Guebuza acredita ainda que os créditos de carbono poderão desempenhar um papel importante para as economias africanas, apesar de tecer fortes críticas ao sistema pela sua falta de transparência. No mesmo debate, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) questionou quem deveria financiar o “Crescimento Verde” no continente.

Os países industrializados da Europa e das Américas atingiram um elevado nível de desenvolvimento numa fase em que o preço do barril de petróleo era muito baixo – uma opção de desenvolvimento que já não se encontra mais disponível para Africa.

“Será que Africa poderá atingir a sua industrialização numa base diferente?”, questionou Kaberuka, acrescentando “se isso for possível que serão os financiadores?”. Kaberuka acredita que existe um enorme potencial “mas o dinheiro e’ um problema e as políticas também são outro problema, e reunir todos estes requisitos na mesma sala e’ outro problema”.

Por seu turno, o presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, disse que o seu país conseguiu reduzir o índice de desflorestação para 0,01 por cento por ano.

“Nós tivemos que explicar as pessoas para não cortarem muitas árvores como dantes”, disse Bongo Ondimba, para de seguida acrescentar “temos de gerir a floresta tropical”.

Para o efeito, o governo está a encorajar a prática da agricultura no litoral, uma iniciativa que, segundo Bongo, poderá estar em risco devido a subida dos níveis das águas do mar, como consequência das mudanças climáticas.

Jerry Steiner, director executivo da Monsanto, uma companhia norte-americana na área de agronegócios, advertiu que o futuro de Africa reside no aumento substancial da produção dos pequenos farmeiros.

“O mundo vai precisar de um incremento superior a 70 por cento de alimentos dentro dos próximos 40 anos, e para Africa a percentagem deste aumento será muito maior”, disse Steiner. “Toda essa comida deverá ser produzida pelos farmeiros”, concluiu.

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