O currículo de formação de professores de nível básico será revisto, devendo ser mais longo e baseado em competências profissionais para o ensino. Esta informação foi revelada, Quarta-feira, em Lichinga, província do Niassa, norte de Moçambique, pelo Ministro da Educação, Zeferino Martins.
O novo currículo vai começar a ser testado no próximo ano em três instituições, obedecendo ao critério de representação regional. À luz do novo currículo, a formação de professores terá a duração de três anos, devendo ingressar candidatos que tenham concluído a 10ª classe.
“Será revisto currículo de formação de professores com primazia para a introdução de um novo paradigma de formação, baseado em competências profissionais para o ensino e com a duração de três anos”, disse.
A introdução do novo currículo de formação de professores visa conferir mais qualidade ao ensino primário, que nos últimos anos tem contado com professores com fraca formação psico-pedagógica.
Manuel Rego, Director de Planifica ção e Cooperação no MINED, disse a AIM que o novo currículo vai ser implementado ao mesmo tempo que o actual, que termina em 2015.
O actual currículo, do modelo 10ª classe mais um (10+1), vai ser descontinuado a partir do próximo ano até terminar a sua vigência em 2015.
Rego explicou que nos três anos de formação, dois serão dedicados as cadeiras curriculares e o último será de prática no terreno. Para Rego, o novo currículo vai permitir aumentar o número de professores formados e com melhor qualidade.
“Ao longo dos últimos anos introduzimos três modelos de formação de professores antes do 10 +1, os modelos 12+1, 7+3 e 10+2 que nos permitiram formar apenas quatro mil professores por ano, e nós tínhamos que recrutar quatro a cinco mil professores sem qualificação” disse.
“Com este modelo, actualmente formamos 12 mil professores e recrutamos 10 mil no início do ano”, continuou. Para Rego, o modelo “10+1” teve a sua importância e ajudou a aumentar a proporção aluno/professor em 70 por cento.
“Com este modelo muitos professores com formação adequada entraram no sistema e o sistema salarial era baixo o que nos permitiu contratar mais professores com formação adequada para o ensino primário”, defendeu.
“É claro que um ano de formação não é suficiente e porque o rácio aluno professor baixou de 74 em 2006 para 65 actualmente, estão criadas as condições para se introduzir um curso mais longo”, concluiu.