Forças sírias ocuparam região de fronteira no noroeste do país neste domingo para conter o êxodo de refugiados para a Turquia, segundo ativistas e testemunhas. O movimento de refugiados tem aumentado a pressão internacional sobre o presidente da Síria, Bashar al-Assad.
O ativista de direitos humanos sírio Ammar al-Qurabi também acusou forças do governo de atacar quem ajuda os refugiados, que tentam escapar da repressão militar aos protestos contra o governo de Assad. A mais recente ação do governo seguiu-se aos protestos da sexta-feira, os maiores no país em quatro meses, apesar da repressão. Segundo ativistas, as forças de segurança atiraram e mataram 19 manifestantes na sexta.
Assad fará um pronunciamento esta segunda-feira sobre as “atuais circunstâncias”, anunciou a agência de notícias oficial. Será o seu primeiro discurso desde 16 de abril, o seu terceiro desde que começou a onda de protestos e violência. As autoridades sírias acusam grupos armados e ativistas islâmicos, apoiados por potências estrangeiras, pela violência.
A Síria baniu jornalistas internacionais, o que torna difícil verificar os relatos sobre os acontecimentos. Ammar al-Qurabi disse que tropas leais a Assad bloquearam estradas que levam à Turquia, na região de Jisr al-Shughour. “O Exército sírio espalhou-se pela região de fronteira para evitar que moradores amedrontados fujam para a Turquia”, afirmou Qurabi à Reuters.
Pessoas que tentam ajudar foram atacadas nos arredores da cidade fronteiriça de Bdama. Testemunhas afirmam que as forças oficiais atiram a esmo, invadem casas e queimam plantações em Jisr al-Shughour. Já são 10.114 refugiados sírios na Turquia. Outros dez mil abrigam-se na fronteira, ainda em território sírio, de acordo com autoridades turcas.