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Forças sírias avançam nas vésperas do aniversário da revolta

ONU estima que mais de 9 mil civis já morreram na Síria

As forças leais ao presidente Bashar al Assad ganharam terreno, Quarta-feira, nas cidades de Idlib e Deraa, intensificando a repressão a uma revolta que se aproxima do seu primeiro aniversário sem a perspectiva duma solução negociada.

Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe, disse ter recebido de Damasco uma resposta sobre o plano de paz que ele apresentou no fim-de-semana, e que ainda espera por outros esclarecimentos. “Mas, dada a grave e trágica situação no terreno, todos devem perceber que o tempo é essencial”, disse Ahmad Fawzi, porta-voz de Annan, em nota divulgada em Genebra.

 

Annan falará, Sexta-feira, sobre o tema ao Conselho de Segurança da ONU. As manifestações populares contra Assad, iniciadas a 15 de Março de 2011, como parte da chamada Primavera Árabe, ganham cada vez mais contornos duma guerra civil, e o Exército parece estar a impor-se aos rebeldes.

Esta semana, a oposição armada foi expulsa da cidade de Idlib, como já havia acontecido, mês passado, nos redutos oposicionistas de Homs.

Além disso, cerca de 130 tanques e blindados chegaram a Deraa, o berço da revolta, no sul. “As casas estão a ser atacadas por bombardeios aleatórios com tiros, granadas de propulsão e mísseis antiaéreos”, disse um morador de Deraa que se identificou apenas como Mohammed.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que 13 civis e 7 rebeldes foram mortos, Quarta-feira, nessa cidade.

Também, Quarta-feira, a chancelaria turca disse estar empenhada em descobrir o paradeiro de dois jornalistas do país que desapareceram na Síria uma semana depois de viajarem a Idlib.

A ONU estima que 8.000 pessoas, sendo a maioria civis, já tenham sido mortas durante a revolta na Síria.

Os diplomatas alertam que a Síria, assolada por divisões sectárias, pode enfrentar uma guerra civil de estilo balcânico se não houver uma solução política.

O governo sírio é controlado pela seita alauita, mas a maioria da população é muçulmana sunita.

A economia do país já está em frangalhos devido às sanções económicas, e Assad está cada vez mais isolado entre os governos árabes.

A imprensa oficial síria acusou os “terroristas armados” de matarem 15 civis, inclusive crianças pequenas, num bairro de simpatizantes do governo na cidade de Homs (centro), principal foco do conflito nas últimas semanas.

Os relatos vindos da Síria não podem ser confirmados de forma independente, por causa das restrições das autoridades ao trabalho de jornalistas e entidades de direitos humanos.

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