A direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) se disse esta quinta-feira satisfeita, à primeira vista, com o plano de austeridade apresentado pelo governo português há dez dias. “Parece globalmente adequado, em relação ao cenário macroeconômico, mostrando-se realista (…) em seus objetivos e iniciativas”, declarou, durante entrevista à imprensa, em Washington, a diretora de relações exteriores do FMI, Caroline Atkinson.
“Claro que seu sucesso dependerá da plena execução dessas medidas, mas nossa primeira impressão é de um plano sólido”, acrescentou. Atkinson precisou que o FMI não teve “oportunidade de discutir o plano detalhadamente”.
O projeto, apresentado pelo primeiro-ministro José Socrates, no dia 8 de março, deve, ainda, ser examinado pelo Parlamento. Prevê a redução do déficit público de 8,3% do Produto Interno Bruto, em 2010, para 2,8% em 2013. Também reduz despesas, com o congelamento dos salários da função pública e estipula um teto para a concessão de benefícios sociais, além de aumentar as receitas com o aumento de impostos sobre os rendimentos mais altos; anuncia, ainda, uma taxa sobre operações em Bolsa, o cancelamento de benefícios fiscais, privatizações, e o adiamento de investimentos públicos.