O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, Quarta-feira última, em Washington, um crédito no valor de 176 milhões de dólares norte-americanos destinado a minorar os efeitos da crise financeira mundial em Moçambique.
A aprovação deste montante pelo Conselho de Administração daquela instituição financeira internacional surge em resposta ao apelo feito pelas autoridades governamentais moçambicanas nesse sentido, ao abrigo do acesso à Facilidade para Choques Exógenos (Exogenous Shocks Facility- ESF), do FMI. Do crédito aprovado, 132 milhões de dólares serão imediatamente disponibilizados ao país para serem utilizados no sentido de mitigar os efeitos da crise financeira.
Terça-feira, o Administrador do Banco de Moçambique para o pelouro de Estudos, Contabilidade e Documentação, Waldemar de Sousa, afirmou que desde o ano passado o país tem vindo a observar uma maior pressão sobre as suas reservas internacionais, porque as exportações estão a cair e também por causa da dificuldade cada vez mais acentuada do acesso ao financiamento externo.
Como resultado, segundo Waldemar de Sousa, o saldo das reservas internacionais líquidas do país (utilizadas para fazer face a situações de crise) foi de 1.539,1 milhões de dólares em finais de Março, o que corresponde a uma perda total de 104.1 milhões de dólares nos primeiros três meses de 2009.
Na ocasião, Waldemar de Sousa disse que a aprovação, pelo FIM, do acesso ao crédito de Facilidade de Choques Exógenos solicitado pelo Governo seria um passo importante para o alívio da pressão sobre as reservas internacionais líquidas.
Em comunicado de imprensa, o FMI diz acreditar que o montante aprovado irá ajudar Moçambique a inverter a tendência de deterioração da balança de pagamentos. Igualmente, o Conselho de Administração do FMI completou a Quarta Revisão da Performance Económica de Moçambique, ao abrigo do Instrumento de Suporte de Políticas (PSI) válida para os próximos três anos e que ajudará a implementação das reformas económicas.
O objectivo deste instrumento é de garantir a consolidação da estabilidade macroeconómica do país, o alcance de um desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza, através da adopção de políticas macro-económicas prudentes.