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FMI anuncia concessão de 22,6 milhões de USD

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje, em Maputo, a concessão de cerca de 22,6 milhões de dólares americanos para Moçambique, montante que constitui o segundo desembolso da instituição ao abrigo do acordo de acesso a Facilidade de Protecção contra Choques Exógenos (ESF).

Esta decisão foi tomada pelo Conselho de Administração (CA) do FMI durante o encontro mantido, Terça-feira última, na sua sede em Washington em que este órgão também avaliou o desempenho económico de Moçambique. O FMI avaliou o país no âmbito do acordo trienal do Instrumento de Apoio à Politica Económica (PSI) e ao abrigo do acordo de um ano do ESF.

O ESF é um instrumento concebido para dar apoio à política económica e assistência financeira aos países de baixo rendimento que enfrentam choques exógenos temporários. Moçambique teve acesso ao ESF em Maio passado num valor total de 113,6 milhões de dólares.

“Depois de um período prolongado de desempenho macroeconómico vigoroso, Moçambique sofreu os efeitos adversos da crise económica mundial, mesmo assim, a economia demonstrou notável resistência, em parte, graças à actuação imediata das autoridades” disse o Representante Residente do FMI em Maputo, Félix Fischer, falando hoje em conferência de imprensa convocada para anunciar as decisões do CA da instituição. Ainda nesta conferência de imprensa, Fischer falou da situação financeira do país, que, de um modo geral, sofreu os efeitos da crise financeira internacional e apresentou as projecções da instituição para o próximo ano.

No entanto, alguns dos dados do FMI diferem das estatísticas ainda esta semana apresentadas pelo Banco Central. Por exemplo, esta instituição financeira projecta uma redução do crescimento económico para 4,5 por cento, este ano, contra a projecção de 6,5 por cento do Banco de Moçambique. Para o próximo ano, o FMI espera um crescimento de 5,5 por cento, contra os 6,3 por cento avançados esta semana pelo Ministro das Finanças, Manuel Chang.

Um jornalista perguntou ao representante do FMI porque os seus dados são diferentes dos apresentados pelo Governo e que, em algumas ocasiões no passado, não foram ao encontro da realidade. Em resposta a essa pergunta, o Representante do FMI disse que as estatísticas por ele apresentadas resultam de um estudo de avaliação realizado por uma missão daquela instituição em Setembro passado, sendo por isso possível a existência de uma margem de erro.

“Mas também temos que imaginar as dificuldades que são encontradas para fazer estatísticas num país onde não há dados de alta frequência”, disse Fischer, sublinhando ser importante a produção periódica de estatísticas nacionais sobre o desempenho económico. Apesar desses dados disparos, o FMI acredita que o desempenho económico do país venha a crescer no próximo ano.

Segundo a fonte, a retomada da actividade económica possibilitará as autoridades nacionais a começarem a reverter algumas das políticas temporárias de estímulo fiscal e monetário. “As autoridades reiteraram o seu compromisso com a prossecução de uma estratégia de médio prazo de politicas macroeconómicas prudentes e reformas estruturais conducentes ao desenvolvimento do sector privado”, refere um comunicado de imprensa da instituição distribuído a imprensa.

Algumas dessas reformas é a continua supervisão bancária e a elaboração de um plano de contingência do Banco de Moçambique em que estejam previamente claras as medidas a serem tomadas por essa instituição em caso de uma instabilidade ou crise bancária.

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