A agência de notação financeira Fitch olha com optimismo para Moçambique, mas identifica também riscos, incluindo a violência política. O seu mais recente relatório sobre Moçambique eleva o ‘rating’ do país de “B” para “B+”, com perspectiva “estável”.
O documento, citado pela Rádio Mocambique, precisa que Moçambique tem exibido um histórico de políticas económicas prudentes e compromisso com reformas, sobretudo na condução de política monetária, gestão de finanças públicas e arrecadação de receita fiscal. Em comparação com os países da região, a inflação está abaixo da média e o crescimento económico está bem acima, rondando os 7,1 por cento ao ano, nos últimos cinco anos.
“Os padrões de governação de Moçambique são comparáveis com os seus pares, suportando a estabilidade económica e o envolvimento dos doadores” internacionais, que ainda são importantes financiadores do Orçamento do Estado, adianta.
A continuação do crescimento económico sustenta-se no desenvolvimento de novas indústrias exportadoras, como o carvão e gás natural, e no de infra-estruturas, de que é exemplo a conclusão da linha ferroviária de Sena, no centro do país.
A nota daquela instituição afirma que dada a escala de investimento estrangeiro esperado no carvão e gás natural – 5 mil milhões de dólares ao ano – estes dois sectores deverão suportar um crescimento anual entre 7 e 8 por cento no período 2013-2015. E acrescenta que também o sector oferece boas perspectivas.
“A abundante terra arável moçambicana, a vasta linha costeira e potencial nas matérias-primas dão-lhe vantagens comparativas com os seus vizinhos e pares”, ressalta a Fitch.
Os principais riscos identificados são potenciais atrasos no desenvolvimento de infra-estruturas, que já vêm afectando as exportações de carvão, quebra de preços e violência política, que tem vindo a recrudescer nos últimos meses.