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Fitch corta ratings de Itália, Espanha e outros países

A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou nesta sexta-feira as notas de crédito soberano da Itália, Espanha, Eslovênia, Bélgica e Chipre, indicando que há uma chance em duas de mais cortes do rating nos próximos dois anos.

Em comunicado, a Fitch informou que esses países possuem vulnerabilidade no curto prazo a choques monetários e financeiros. “Consequentemente, essas dívidas soberanas, na visão da Fitch, não agregam os benefícios integrais do status do euro como moeda de reserva”, afirmou a agência.

A Fitch reduziu a classificação da Itália de “A+” para “A-“; da Espanha de “AA-” para “A”; da Bélgica de “AA+” para “AA”; da Eslovênia de “AA-” para “A”; e do Chipre de “BBB” para “BBB-“, o que coloca a nação apenas um nível acima do grau especulativo.

O rating da Irlanda, de “BBB+”, foi mantido.

A Fitch atribuiu a todos os ratings perspectivas negativas. “De modo geral, as mudanças de hoje nos ratings balanceiam a deterioração marcada das projeções econômicas e tanto as iniciativas substanciais na política de nível nacional com o fim de lidar com desequilíbrios macrofinanceiros e fiscais, quanto o sucesso inicial da operação de refinanciamento do BCE (Banco Central Europeu), de três anos, em aliviar pressões soberanas e de financiamento bancário a curto prazo”, informou a Fitch.

Há duas semanas atrás, a Standard & Poor’s reduziu as classificações de crédito de nove países da zona do euro, rebaixando a França e a Áustria de sua classificação de “AAA” mas não a Alemanha, grande credora da União Europeia. Além disso, Portugal foi rebaixado ao grau especulativo.

Com quase meio trilhão de euros de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) circulando através do sistema financeiro, parte da qual aparentemente está concentrada em bônus de governos de países da zona do euro, e com esperanças de que sejam realizadas negociações para cortar uma fatia da dívida da Grécia, essas mudanças em classificações tiveram impacto pequeno no mercado.

O euro brevemente diminuiu o avanço frente ao dólar após a Fitch ter cortado os ratings dos cinco soberanos da zona do euro, mas logo saltou para uma alta da sessão de 1,3208 dólar, de acordo com dados da Reuters, valor mais alto desde 13 de dezembro.

A Itália é amplamente vista como o ponto de equilíbrio da zona do euro: se ela desviar-se em direção ao não pagamento, todo o projeto de moeda estaria ameaçado.

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, um tecnocrata que foi aplaudido pelas suas propostas de reforma econômica, disse que reagiu ao rebaixamento dos ratings da Itália com “destacada serenidade”. “Eles (a Fitch) sinalizam aspectos que não são particularmente novos. Por exemplo, que a Itália tem uma dívida muito alta em relação ao PIB e indicam que o modo como a zona do euro é governada como um todo não é perfeita, e nós sabemos disso”, afirmou.

A Fitch afirmou sobre a Itália: “Uma ação mais severa em relação ao rating não foi realizada devido ao forte comprometimento do governo italiano em reduzir o déficit orçamentário e à implementação de uma reforma estrutural, assim como uma marcante redução de riscos de financiamento a curto prazo como resultado da operação de refinanciamento do BCE de três anos”.

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