O financiamento externo à economia moçambicana está cada vez mais escasso, cenário que, em Janeiro de 2010, concorreu para uma expansão média anual de 58,8% do crédito concedido pela banca doméstica, contra 47,4% de igual período de 2009.
A situação é reflexo da crise financeira mundial que dura desde 2007 e do efeito da depreciação cambial, segundo o Banco de Moçambique (BM) que indica ter o saldo do crédito à economia moçambicana atingido 72 619,4 milhões de meticais, no período em análise.
Expurgando o efeito cambial, a expansão anual do crédito foi de 51%, tendo a massa monetária registado uma expansão anual de 34,3%, influenciada pelas operações financeiras do Estado e pelo aumento do crédito bancário ao sector privado.
Em Fevereiro último, a expansão da base monetária, que é variável operacional da política monetária, afastou-se marginalmente das previsões em cerca de 0,5%, segundo igualmente o BM, enfatizando que, para controlar a liquidez no sistema, aquela instituição financeira procedeu à venda de Bilhetes do Tesouro no Mercado Monetário Interbancário (MMI) e à venda de 82 milhões de dólares norteamericanos no Mercado Cambial Interbancário.
A disponibilização das divi- sas contribuiu para que, em Fevereiro de 2010, o saldo preliminar das Reservas Internacionais Líquidas fosse de cerca de 1718 milhões de dólares norte-americanos, valor que cobre cerca de cinco meses de importação sem exportação.
Metical
Entretanto, a divisa moçambicana, o Metical, face ao Dólar dos Estados Unidos da América (EUA), registou, em Fevereiro findo, uma depreciação mensal de 0,33% e anual de 5,34%, correspondente a uma desaceleração de 2,96%, em relação ao mês anterior, “o que permitiu manter os ganhos de competitividade da econo- mia moçambicana”, realça o BM.