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Financiamento às pequenas empresas é difícil no país

Apesar do crescimento que vindo a registar no ramo empresarial nos últimos tempos, a mulher moçambicana continua a enfrentar várias dificuldades no exercício da sua actividade. Segundo a Associação de Mulheres Empresárias Moçambicanas (AMEM), a falta de financiamento bancário continua a ser a principal dificuldade para o desenvolvimento da actividade empresarial em Moçambique.

Vitória Gherson, vice-presidente executiva da AMEM diz que a falta de formação em matérias de gestão de negócios, bem como a formação técnica, aliada à fraca capacidade financeira das empresárias são alguns dos problemas enfrentados pela maioria das mulheres que se dedicam ao mundo de negócio.

Em alguns casos, a grande parte das mulheres empresárias associadas àquela instituição não participam em algumas formações por não dispor de dinheiro.

“Há poucos dias, estivemos numa formação em que as mulheres deveriam pagar 3 mil meticais, mas a maior parte das associadas não compareceram por falta de dinheiro”, comenta Gherson.

Porém, a grande preocupação das empresárias tem a ver com o acesso ao financiamento bancário. Apesar de os bancos oferecerem pacotes especiais para a mulher empresária, segundo Vitória Gherson, são aparentemente atractivos, uma vez que as condições exigidas para a aquisição do empréstimo superam a capacidade financeira das pequenas empresárias que usam esse meio para fazer o seu negócio crescer.

“No que diz respeito ao financiamento, a mulher continua a encontrar dificuldades porque não tem garantias reais para oferecer como contrapartida, ou então valores na conta bancária que possam ser caucionados”, afirma.

Numa busca incessante por alternativa, em algumas situações a mulher empresária tem recorrido as instituições de micro-crédito para fazer um empréstimo, embora considerem desvantajoso.

Aliás, para as empresas este tipo de serviço não possui vantagens, visto que o valor concedido é geralmente reduzido. “Outro factor que torna este serviço pouco vantajoso é o período de devolução do dinheiro que é bastante curto”, diz a representante da associação.

Face a esta situação que torna difícil a prática da actividade empresarial, sobretudo a mulher, especificamente na cidade e província de Maputo, Vitória Gherson defende a criação de um banco de desenvolvimento no país de modo a contribuir na redução das dificuldades para a aquisição do financiamento e impulsionaria a economia nacional.

Associação das Mulheres Empresárias Moçambicanas existe legalmente no país há três anos. Actualmente, tem as suas actividades focalizadas nas cidades de Maputo e Matola, mas o objectivo é que a mesma seja expandida em todo o país, podendo ser representada por outras associações ligadas ao ramo empresarial.

A AMEM é constituída por mulheres que se dedicam às áreas como olaria, costura, catering, agro-pecuária, provenientes de pequenas e médias empresas. E tem o objectivo é desenvolver a actividade empresarial feminina, fazendo com que a mulher empresarial informal exerça sua actividade formalmente.

Em Fevereiro último, a AMEM realizou um encontro entre as empresárias das províncias de Maputo, Sofala e Nampula, um projecto que se espera ser conhecido também a nível da África Austral, assim como noutras partes do mundo.

Com 60 membros, a associação conta com vários parceiros, entre eles a Organização Mundial do Trabalho (OIT) e o Instituto Nacional de Pequenas e Médias Empresas (IPEME). O apoio prestado por estes parceiros está virado a organização de workshops e outras actividades com vista a munir as mulheres de ferramentas para progredirem no mundo do negócio.

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