Os filtros dos cigarros podem matar peixes. Uma equipa de cientistas da Universidade de San Diego fez testes com peixes fluviais e marinhos submetidos a quantidades diferentes de filtros e mediu a mortandade dos animais. O estudo foi publicado na revista Tobbaco Control, um suplemento do British Medical Journal.
“Os filtros de cigarro são a forma de lixo mais comum do mundo”, arranca o artigo de Elli Slaughter e de colegas, da Universidade de San Diego, Estados Unidos. De acordo com o estudo, todos os anos são lançados para o ambiente 5,6 biliões (milhões de milhões) de filtros.
Nos Estados Unidos, os filtros são 30 porcento do lixo apanhado na região costeira dos Estados Unidos, nos cursos de água e em terra. Ao todo, foram recolhidos 2.189.252 filtros de cigarros em 2009.Os cientistas puseram filtros de cigarro fumados, não fumados e ainda filtros de cigarros fumados e com resto de tabaco na água durante 24 horas.
Depois, puseram diferentes espécies aquáticas, entre as quais um peixe de água fluvial, Pimephales promelas e um peixe do mar Atherinops affinis, em concentrações diferentes desta água com as substâncias libertadas dos filtros. O teste durou quatro dias.
Os resultados mostram que nas três situações os filtros libertam sempre elementos tóxicos para a água, que a partir de certas quantidades podem matar. O pior dos casos é o filtro fumado com restos de tabaco. No caso do peixe marinho, 1,1 filtro por litro é o suficiente para matar metade dos indivíduos.
No caso da espécie de água de doce, 0,97 de filtro por litro é suficiente para matar 50 porcento dos peixes. No caso dos filtros fumados, eram precisos 1,8 e 4,3 por litro para matar respectivamente metade dos indivíduos da espécie de água marinha e de água doce.
No caso dos filtros não fumados, 5,1 e 13,5 filtros por litro eram letais para 50 porcento dos peixes de água marinha e de água doce. É utilizada uma grande variedade de químicos durante o crescimento do tabaco e a produção dos cigarros.
No caso dos filtros que não são fumados, embora não acumulem os químicos do tabaco queimado, têm substâncias nocivas utilizadas para comprimir a fibras de celulose. Por outro lado, a mortalha tem químicos que servem para a queima do cigarro demorar mais tempo.