A Fifa precisa de parar de fugir da sua responsabilidade em relação à situação dos direitos trabalhistas de imigrantes no Catar, país que será o anfitrião do campeonato mundial de futebol de 2022, e começar a procurar soluções, disse, esta terça-feira (25), a Amnistia Internacional.
“Ainda estamos a ouvir declarações sobre até que ponto a Fifa é responsável, mas estão a fugir da questão principal”, afirmou James Lynch, pesquisador da Anistia para os trabalhadores imigrantes no Golfo, em entrevista à Reuters por telefone.
“A Fifa quer posicionar-se num ponto inferior na hierarquia em relação a outros actores, mas esse é um argumento ao qual não vale a pena dedicar tempo”, declarou. “Precisamos de avançar para o que a Fifa vai fazer e nós gostaríamos de ouvir a Fifa falar em nome dos trabalhadores e resolver o que precisa de ser feito.”
O Catar tem sido criticado pelo tratamento dado aos trabalhadores imigrantes na indústria da construção civil, depois que o jornal britânico The Guardian informou em Setembro que dezenas de nepaleses morreram no ano passado.
A Amnistia Internacional e a Confederação Sindical Internacional também criticaram o tratamento aos trabalhadores imigrantes no Catar, temendo que o problema possa agravar-se com o trabalho de construção extra necessário para o campeonato mundial de futebol de 2022.