A Fiat, considerada a empresa símbolo da Itália, alia-se à americana Chrysler, que decretou concordata, depois de conseguir nos últimos anos, em seu país de origem, uma recuperação espetacular, sob a batuta de um presidente atípico, Sergio Marchionne.
A história da Fiat, fundada em 1899 em Turim (norte), está vinculada à da península através da figura carismática do “Avoccato” Gianni Agnelli. Amigo dos poderosos, o patrão legendário que tocou de 1966 a 1996 a empresa fundada por seu avô, foi chamado de o embaixador itinerante da Itália, assegurando à Fiat um lugar entre as grandes do mercado automotivo.
Seu neto, John Alkann, 32 anos, é hoje vice-presidente da Fiat e a família Agnelli prossegue controlando um terço do capital da empresa. Mascote do construtor, conhecido em todo o mundo, em particular graças ao cinema italiano que lhe deu popularidade, o Fiat 500 foi remoçado em 2007 em meio a um grande sucesso.
O grupo produz as marcas Fiat, Lancia, Alfa Romeo assim como Ferrari e Masserati. Também produz maquinário agrícola e de construção, através de sua filial americana CNH, além de caminhões e ônibus com a Iveco e componentes de automóveis.
A Fiat possui, além disso, um dos grandes jornais da Itália, La Stampa (300.000 exemplares por dia), com sede em Turim. O grupo detém 203 fábricas no mundo, emprega 198.000 pessoas das quais mais de 82.000 na Itália, o que o converte no principal empregador do país. À beira do abismo no começo dos anos 2000, a Fiat recuperou-se de maneira espetacular e voltou a registrar lucros em 2005.
O arquiteto desta recuperação é Sergio Marchionne (nascido em 1952), um executivo ítalo-canadense que assumiu o comando em 2004 – considerado um homem resoluto e implacável. No entanto, pela primeira vez em quatro anos, o grupo voltou a cair no vermelho no primeiro trimestre de 2009, duramente golpeado pela crise, como os demais construtores de automóveis.
Em 2008, a Fiat vendeu 2,5 milhões de automóveis, somando 78,381 bilhões de dólares em negócios (59,38 bilhões de euros) (+1,5%).