A primeira edição do festival internacional multidisciplinar denominado Tunduru vai ter lugar nos dias 27, 28 e 29 de Agosto, em Maputo, e espera-se que um pouco mais de 10 mil pessoas assistam ao evento. Inspirado no Festival Internacional de Benicasim, Espanha, o “Tunduru” é uma iniciativa cultural que se pretende “uma janela aberta para as pessoas poderem explorar diversas manifestações artísticas. As viagens que fui fazendo em diversos países inspiraram-me, mas a ideia surgiu em 2007, aquando da criação de uma empresa de produção e gestão de casas artísticas”, conta Filimone Mabjaia, director do festival, tendo acrescentando que, devido à existência de uma lacuna no circuito internacional das artes, houve uma necessidade de se criar uma oportunidade para interagir com os artistas e ter um espaço para o efeito no nosso país.
Primeiro, chamava-se Festival Internacional de Artes-Moçambique, mais tarde, passou a denominar-se “Tunduru”. “Pretendemos fazer um festival de qualidade internacional, mas baseado na realidade moçambicana, daí a marca Tunduru”. Mas o responsável do certame revela que foi complicado desenhar um modelo moçambicano porque tinha visto muitos eventos internacionais com qualidade e funcionalidade diferentes, facto que, no seu entender, tornou difícil a escolha de um modelo que fizesse transparecer a nossa moçambicanidade.
Efectivamente, o “Tunduru” tem como objectivo criar espaço para que diferentes artistas possam mostrar o valor do seu trabalho e, em palcos abertos, as suas obras. “Vai, na verdade, ser um espaço concebido para a interacção entre os produtores nacionais e internacionais”, realçou. O festival, para além de constituir um ponto de encontro entre os artistas e os agentes culturais de todos os quadrantes do mundo abrirá espaço para a camada infantil, permitindo que as crianças possam ter contacto com artistas de renome nacional e internacional de modo a que estas aprendam o abecedário das artes.
“Para nós esta abertura é fundamental para a nova geração e a nossa intenção é de que o festival tenha periodicidade anual”. Nesta primeira edição, irão ser apresentadas diversas manifestações culturais, nomeadamente a música, o teatro, a dança, as artes plásticas, a gastronomia, o artesanato, o cinema e a exposição de livros. “Pretendemos também trazer a moda para este festival”, disse.
Já garantiram a sua presença artistas oriundos da Itália, Alemanha, Noruega, Holanda, Sudão, África de Sul, Zimbabwe, Chile, Swazilândia, Bostwana, Zâmbia, e espera-se a confirmação de mais países que já mostraram o interesse em fazer parte do festival. Quanto à participação nacional, “estamos a incentivar as direcções e associações provinciais de cultura a participarem”. Por isso, fez notar que a organização espera a presença de vários grupos distritais de tal forma que todos os moçambicanos se sintam representados no festival.
“Neste momento, estamos a fazer um exercício de busca de apoio e patrocínios para garantir a participação massiva dos moçambicanos”. A nível nacional, os artistas já começaram a demonstrar interesse em fazer parte do evento cuja participação é condicionada ao preenchimento de diversos requisitos nomeadamente a apresentação digital da biografia, de vídeos, de álbuns, de fotografias dos trabalhos, de recortes de referências na imprensa e créditos sobre os seus trabalhos.
O festival terá a duração de três dias e serão feitas apresentações gratuitas ao ar livre, ao longo da Avenida Samora Machel, e em simultâneo haverá concertos cobrados em salas fechadas, com artistas nacionais e internacionais. Estes locais fechados irão acomodar o público que aprecia sítios íntimos e programas a que estão associados.