A direcção do Ferroviário de Nampula diz que vai fazer de tudo para que a sua equipa de futebol termine o Moçambola 2013 posicionada nos primeiros cinco lugares da tabela classifi cativa, ou mesmo lutar pelo título, objectivo que havia sido traçado na época 2012 e que não foi alcançado. Este posicionamento foi assumido na entrevista concedida ao @Verdade por António Munguambe, vice-presidente para a Alta Competição do Ferroviário de Nampula, equipa que ocupou a 8ª posição no Moçambola 2012.
Em entrevista concedida ao nosso jornal, o vice-presidente para a Alta Competição do Ferroviário de Nampula, António Munguambe, disse que na época passada (2012) a colectividade não alcançou os objectivos traçados para o efeito, que consistiam na luta pelos os primeiros cinco lugares, daí que tenha deliberado de forma unilateral a rescisão do contrato com a equipa técnica que era encabeçada pelo brasileiro Alex Alvez e António Sábado, além de dispensar cerca de 60 porcento do seu plantel.
“A época futebolística não foi das melhores, como havíamos projectado. No cômputo geral, só conseguimos garantir a manutenção, mas tínhamos como meta a conquista dos primeiros cinco lugares da tabela classificativa, para este ano lutarmos para a conquista do título nacional. Foi uma época muito irregular, em que nos jogos com os grandes tivemos bons resultados. Em contrapartida, perdemos com equipas pequenas. Tivemos uma derrota humilhante com o Chibuto, perdemos em casa com o Têxtil num jogo onde teríamos conseguido, no mínimo, um empate, entre outras situações. Portanto, decidimos não renovar o contrato com a equipa técnica e parte do plantel”, sublinhou Muguambe.
De acordo ainda com o nosso entrevistado, a rescisão de contrato deve-se, em parte, à reformulação da equipa para dar lugar à construção de um grupo que possa ajudar o Ferroviário de Nampula a deixar de jogar apenas para a manutenção, e passar a pensar no título. “Nós já provámos ao país que temos condições para conquistar o título, e já tivemos essa proeza. Conquistámos também a Taça de Moçambique. Este ano queremos renovar estes feitos, e trazermos alegria aos nossos apoiantes”, frisou Mungambe.
Face à interdição dos primeiros seis jogos do Moçambola 2013 na sequência das escaramuças provocadas pelos adeptos do Ferroviário no penúltimo jogo da edição de 2012 contra o Chibuto, a equipa vai recorrer à cidade de Quelimane, uma vez que a província de Nampula dispõe apenas de um campo com condições exigidas pela FIFA para acolher jogos de alta competição. “Estamos preparados psicologicamente, e vamos fazer de tudo para evitarmos perder pontos”.
Treinador do Ferroviário de Nampula poderá ser português
À semelhança da época 2012, quando o treinador não era de nacionalidade moçambicana, o nosso interlocutor frisou que a direcção de Ferroviário de Nampula já dispõe de vários nomes na mesa e já avançou contactos com vista a encontrar um técnico à altura dos objectivos desta colectividade, mas ainda não chegou a nenhum acordo, esperando-se que tal venha a concretizar-se dentro de alguns dias. Entretanto, Muguambe avançou a possibilidade de tal treinador vir a ser de nacionalidade portuguesa.
“Já temos nomes e contactos, agora estamos a avaliar os currículos, a nível nacional há uma rotação de treinadores. Estes têm tido os seus próprios jogadores e queremos mudar este ciclo, daí que tenhamos optado pelo mercado português, não porque no país não tenhamos bons treinadores”, explicou tendo acrescentado que “num passado recente tivemos momentos de glória com Mussá Osman, que, em coordenação com a direcção, ganhou o título e a taça, assim como o fez no Ferroviário de Maputo. Tivemos o Nacir Armando, que também que é uma referência”.
Reforços zimbabueanos e sul-africanos
Em relação ao plantel, Munguambe referiu que vai manter 40 porcento dos atletas, e nos reforços aponta-se para a contratação de dois novos guarda-redes. “Teremos três jogadores para o ataque provenientes do Zimbabwe e África do Sul. É caro mas temos que começar a trazer jogadores com mais qualidade de modo a obtermos resultados, iremos reforçar outros sectores onde há fragilidades e todos serão conhecidos na abertura das nossas oficinas. Localmente temos bons jogadores mas depois de estes assinarem os contratos esquecem-se do seu papel, e até existem alguns que trazem mais encargos para o clube com dívidas avultadas por liquidar e contraídas fora dos acordos”.
Dentre os dispensados, por término dos seus respectivos contratos, devolução por cedência, entre outros motivos, apontam- se Belito, Sankhani, Osvaldo, Zimba, Rodjas, Jerry, entre outros.
Campo vai continuar com relva natural
António Munguambe afirmou ainda que, enquanto o clube procura recursos para a colocação da relva sintética, o campo 25 de Junho vai continuar a beneficiar obras de rotina e alguns retoques na relva natural. Entretanto, reconhece que a meio da época o campo não tem estado em condições mas refugiou-se no facto de o abastecimento de água ser irregular. “Nós gastamos cerca de 50 mil meticais por mês só com a água, cujo fornecimento não tem sido dos melhores”.