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Moçambola 2014: Ferroviário de Maputo perde e está na zona de despromoção; líder travado no “ninho” do canário

Moçambola 2014: Ferroviário de Maputo perde e está na zona de despromoção; líder travado no “ninho” do canário

Num dos dois dérbis que marcaram a 16ª jornada do Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola, o Ferroviário de Maputo voltou a não vencer, perdeu em casa com o Maxaquene, e está agora com os mesmos pontos que o Têxtil na zona de despromoção. Para a mesma jornada, o Costa do Sol recebeu, neste domingo (27), e travou o líder da prova, a Liga Muçulmana, numa partida que foi marcada por actos de violência protagonizados pelos adeptos da equipa da casa.

Os “canarinhos” tomaram as rédeas de jogo assim que soou o apito inicial perante uma Liga Muçulmana que não conseguiu implantar o seu modelo de jogo, particularmente porque Manuelito II e Alvarito não davam espaços a Liberty e Muandro para criarem jogadas ofensivas.

O primeiro lance digno de realce surgiu no minuto 4, quando Manuelito II, na sequência de um livre, a castigar uma carga de Mustafá sobre Paulo, à entrada da área, rematou para a barra, com o guarda-redes Milagre já batido.

Com alguma naturalidade, a equipa de Nelson Santos inaugurou o marcador. Minuto 12, Gildo e Chico atrapalharam-se com a bola e Parkim aproveitou o brinde e isolou-se e na cara de Milagre chutou para o ângulo superior.

Em desvantagem, a Liga Muçulmana cresceu no jogo, ganhando as disputas de bola no meio-campo, e começando a criar algumas jogadas de perigo. Imo fez o primeiro aviso, rematando em arco com a bola a passar a poucos centímetros do poste direito de Gervásio.

No minuto 21, Nando, que havia entrado no lugar de Mustafá, percorreu todo o corredor direito e cruzou para a marca de penalidade onde estava Jerry que cabeceou fraco para defesa fácil de Gervásio. Antes da meia hora de jogo, o Costa do Sol voltou a criar perigo na baliza de Milagre. João Mazive, lateral direito dos “canarinhos”, do meio da rua desferiu um forte remate que passou a poucos centímetros da barra transversal da baliza dos muçulmanos.

Um pouco contra a corrente do jogo, o empate aconteceu no minuto 32. Muandro foi derrubado à entrada da área e, na sequência do livre, Manuelito I interceptou a bola com a mão. O Luís Jumisse assinalou o castigo máximo, para o desespero dos adeptos do Costa do Sol. Kito, chamado a marcar o penálti, restabeleceu a igualdade.

Os “canarinhos” podiam ter voltado a adiantar-se no placar, mas Parkim cabeceou para fora após um bom trabalho de Manuelito II pelo flanco esquerdo.

Após o intervalo, os anfitriões continuaram a procura do golo. No minuto 50 gritou-se golo no campo dos “canarinhos” quando Dário Khan, do meio da rua, desferiu um portentoso remate que saiu a poucos centímetros do poste direito de Milagre.

Sérgio Faife pedia contenção e circulação de bola aos seus jogadores mas o Costa do Sol dominava o jogo e estava perto do segundo golo. Aso 65 minutos, Dito ganhou um ressalto à entrada da área e rematou forte para uma excelente intervenção de Milagre, com uma palmada.

Na resposta, Kito galgou o corredor direito e cruzou para a grande área onde estava Muandro que, sem marcação, rematou ao lado da baliza de Gervásio, perdendo aquela que foi a melhor oportunidade dos muçulmanos nesta etapa.

No minuto 74 o Costa do Sol ficou reduzido a dez unidades. Parkim simulou uma falta na área de rigor e viu o segundo amarelo. Mesmo em desvantagem numérica, a equipa de Nelson Santos não tremeu e dominava o jogo na zona intermediária. Alvarito e Manuelito II continuavam impecáveis.

Nos minutos finais ainda se viu bom futebol dos “canarinhos” cujos adeptos, ávidos de vitórias, culparam o trio de arbitragem pelo empate a uma bola e arremessaram alguns objectos para o relvado que atingiram o treinador da Liga Muçulmana, Sérgio Faife e o árbitro assistente, João Paulo.

Nelson Santos, o treinador do Costa do Sol, vê a sua equipa “crescer jogo após jogo, hoje fizemos uma grande exibição, pecámos apenas no capítulo da finalização. Nesta partida obrigámos a Liga Muçulmana a correr atrás da bola, o que poucas equipas conseguem fazer neste Moçambola.”

Por seu turno, Sérgio Faife reconheceu que o seu rival esteve melhor na partida e que a Liga não conseguiu implantar o seu modelo de jogo. “Os nossos médios não conseguiam criar jogadas ofensivas. Sofremos um golo nos primeiros quinze minutos mas antes do intervalo conseguimos empatar por uma grande penalidade que, quanto a mim, foi claríssima. Na segunda parte voltámos a entrar mal no jogo e o Costa do Sol soube tirar proveito da apatia dos meus jogadores e merecia ganhar o jogo pelas oportunidades de golo que teve.”

Adeptos exigem a demissão de Vítor Pontes

Ainda no passado domingo (27), no estádio da Machava, o Ferroviário de Maputo voltou a desiludir ao ser derrotado pelo Maxaquene de Chiquinho Conde. O golo da vitória dos “tricolores” foi marcado por Betinho no minuto 37, que respondeu a um cruzamento de belo efeito de Isac. O número 10 do Maxaquene saiu da Machava transportado numa ambulância, após ser agredido por Jeitoso, defesa central locomotiva. Com este resultado, a equipa de Vítor Pontes foi alcançada na tabela classificativa pelo Têxtil de Púnguè que nesta ronda recebeu e derrotou o Estrela Vermelha da Beira pela mesma marca.

Depois de mais um desaire, os adeptos do Ferroviário de Maputo, os “Vata Xanisseka”, pediram a demissão de Vítor Pontes pois esta é a primeira vez que vêm a sua equipa na zona de despromoção, onde está em igualdade pontual com o Têxtil de Púnguè ? que nesta ronda recebeu e derrotou o Estrela Vermelha da Beira.

Para a mesma jornada, o Ferroviário de Quelimane recebeu e venceu a formação do HCB de Songo por 2 a 1, isolando-se na 9ª posição com 21 pontos, mais sete que a dupla Ferroviário de Maputo e Têxtil de Púnguè na 10ª e 11ª primeira posições, respectivamente.

Em Nacala, o Desportivo local derrotou o Ferroviário da Beira, por 2 a 1, com golos de Carvalho e Betão. Cufa marcou o único golo dos visitantes. Já em Gaza, o Clube de Chibuto e o Desportivo de Maputo empataram. Lanito inaugurou o marcador no minuto 50 e, dez minutos depois, Cristophe estabeleceria o resultado final.

A jornada abriu no sábado (26) com o Ferroviário de Pemba a receber e vencer o seu homónimo de Nampula pela margem mínima.

Resultados da jornada 16:

Costa do Sol 1 – 1 Liga Muçulmana

Ferroviário de Maputo 0 – 1 Maxaquene

Clube de Chibuto 1 – 1 Desportivo Maputo

Desportivo de Nacala 2 – 1 Ferroviário da Beira

Ferroviário de Quelimane 2 – 1 HCB de Songo

Têxtil do Púnguè 1 – 0 Estrela Vermelha da Beira

Ferroviário de Pemba 1 – 0 Ferroviário de Nampula

Classificação

CLUBES

J

V

E

D

BM

BS

P

Liga Desportiva Muçulmana

15

10

05

00

25

07

35

Ferroviário de Nampula

16

08

04

04

14

09

28

HCB do Songo

16

08

03

05

21

17

27

Maxaquene

16

07

04

05

14

10

25

Grupo Desportivo Maputo

16

06

05

05

23

19

23

Costa do Sol

15

06

04

05

16

12

22

Grupo Desportivo de Nacala

16

06

04

06

13

18

22

Clube do Chibuto

16

05

06

05

17

15

21

Ferroviário de Quelimane

16

06

03

07

14

21

21

10º

Ferroviário da Beira

15

05

05

05

16

13

20

11º

Ferroviário de Maputo

15

03

05

07

12

16

14

12º

Têxtil de Pungué

16

03

05

08

06

15

14

13º

Ferroviário de Pemba

16

03

04

09

12

22

13

14º

Estrela Vermelha da Beira

16

02

07

07

06

16

13

Melhores marcadores

Sete golos Cosme –  (Ferroviário de Quelimane) e Mário (Ferroviário da Beira)

Seis golos Jair –  (Desportivo de Maputo)

Cinco golos – Dário Khan (Costa do Sol), Dondo (Ferroviário de Nampula), Jojó (Desportivo de Maputo) e Liberty (Liga Muçulmana)

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