Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Familiares e amigos recordam vida e obra de Carlos Cardoso

Familiares e amigos de Carlos Cardoso juntaram-se, segunda-feira, em Maputo, para recordar a vida e obra daquele que foi o ícone do jornalismo investigativo moçambicano.

 

 

Carlos Cardoso foi barbaramente assassinado no dia 22 de Novembro de 2000 quando saia do seu jornal, o então “Metical”, por uma quadrilha de bandidos liderados por Aníbal dos Santos Junior, vulgo Anibalzinho.

Os executores do crime foram todos condenados, mas os principais suspeitos de autoria moral deste homicídio não foram julgados, pois perderam a vida antes de sentarem no banco dos réus para responderem no processo autónomo aberto durante o julgamento do ‘caso Cardoso’ realizado de Novembro de 2002 a Janeiro de 2003, em plena cadeia de Máxima Segurança, vulgo “BO” .

O primeiro suspeito foi Nyimpine Chissano, filho mais velho do antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano e o outro é uma empresária conhecida pelo nome de Cândida Cossa. Ambos já perderam a vida.

Nyimpine morreu em Novembro de 2007 e Candida Cossa no presente Novembro. Na cerimónia de hoje, realizada ao longo da Avenida onde foi alvejado o jornalista Carlos Cardoso, a tónica dos discursos da família do malogrado mudou em relação à expectativa de que se faça a justiça.

“O mais importante agora não é pensar no assassinato de Carlos Cardoso, mas celebrar a obra dele. Espero que ele ainda sirva de fonte de inspiração para os jornalistas moçambicanos. Notei isso nos debates realizados na imprensa”, disse Nina Cardoso Berg, viúva de Carlos Cardoso, falando a jornalistas.

Berg disse que Cardoso foi um homem patriota e que usou o jornalismo como instrumento de luta contra a injustiça, não pelo benefício pessoal, mas da sociedade inteira.

Desde a morte do Cardoso, há 10 anos, nenhum dos ofendidos (a família e o motorista de Carlos Cardoso, Carlos Mondlane) foi indemnizado pelos danos causados, apesar de o tribunal ter assim determinado.

Berg diz que prefere confiar na justiça moçambicana e, apesar de não ter sido ainda indemnizada, ela consegue apoiar a família e assegurar a educação dos filhos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!