Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

“Falta pudor nas nossas estradas”

Na nota intitulada “Falta pudor nas nossas estradas” publicado pelo deputado da Frelimo, Edmundo Galiza Matos Jr, na sua página do facebook diz ter assistido uma “cena triste tão triste quanto repugnante em pleno dia da Mulher”.

O deputado presenciou um acto que é prática reiterada dos citadinos de Maputo e nas principais cidades do país: urinar nas vias públicas sob olhar sereno dos transeuntes.

“Mas afinal onde anda o pudor? (…) Onde andam os bons costumes, os bons modos? (…) Para onde caminha esta civilização?”, questiona Galiza Matos e recorrer à alínea c) do Artigo 45 da Constituição da República de Moçambique, no capítulo atinente aos deveres para com a Comunidade que refere que “todo o cidadão tem o dever de zelar, nas suas relações com a comunidade pela preservação dos valores culturais, pelo espírito de tolerância, de diálogo e, de uma maneira geral, contribuir para a promoção e educação cívicas”.

Edmundo Galiza Matos Jr termina o seu artigo de opinião fazendo um apelo a todos “para que façamos em coro altamente ruidoso chegar o nosso reparo a este mal que tende a atingir contornos passíveis de chegar a normalidade”.

Alguns comentadores da nota propõem a criação de leis severas. “Legisle sobre medidas severas senão draconianas contra esse tipo de acto e/ou atentado…o melhor é que, para além de valente multa, os infractores sejam submetidos a trabalhos comunitários de limpeza de valas, valetas ou outras infra-estruturas de saneamento. Use a tua posição de deputado para legislar e condição de político para promover acções de repúdio e combate aos atentados ao pudor, a moral e os bons costumes de vivência em comunidade”, diz Milton Machel.

Outros não acreditam que uma lei seja a solução. Falam de que os moçambicanos ainda vão levar tempo a aprender a conviver com a urbanidade.

“Não acredito que uma Lei vai ajudar alguma coisa. (…) Eu acredito que a Lei é a vontade geral e não acredito que venha modificar ou a construir uma vontade geral (…) tudo começa na vontade geral e se gera a Lei e não o inverso”, diz Custódio Duma.

Katia Tuaira Sequeira defende que se deve discutir e a provar leis relacionadas com a saúde, educação e transportes e não se perder tempo em “assuntos que não tenham tanta urgência para o povo”.

Mas Serito Ossemane acredita que a solução passa por “nascer um Novo Samora Machel mas democrático”. A cidade de Maputo já foi conhecida pelas suas exuberantes acácias amarelas, tendo sido apelidada de “Cidade das Acácias”.

“Acho que as acácias já nem se incomodam mais com a urina. (…) Mas é verdade, a gente já perdeu todo o bom senso, os valores e boa educação. E é gente de barba rija que promove este tipo de actos depois ainda reclamamos desta juventude cada vez mais rebelde”, comenta Homer Wolf.

Mas há quem também acredita que o problema se deve a falta de urinóis espalhados pela cidade. “Não me parece que algum no seu juízo normal vá preferir urinar em público e exibir o seu “mais que tudo”, sabendo que existe um urinol por perto. E também não me parece que os moçambicanos estejam a perder juízo”, diz Zenaida Machado.

“Se não é na estrada, é no murro ou na árvore. Culpar os “maus hábitos e falta de pudor do povo”, é a forma mais fácil de não se criar mecanismos para não resolver o problema. Criem-se urinóis… Vamos ver o que acontece depois!!!”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!