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Falha primeira ronda de diálogo de 2014 entre o Governo e a RENAMO

A ronda de diálogo político entre as delegações do Governo moçambicano e da RENAMO, maior partido da oposição, marcada para esta segunda-feira (13), e que deveria ter sido a primeira do presente ano, terminou sem sequer ter sequer começado. Os representantes do partido de Afonso Dhlakama, tal como vêm prometendo há muito tempo, não se fizeram presentes ao local do encontro “porque o Presidente da República, Armando Guebuza, ainda não respondeu à carta que lhe foi enviada no passado dia 6 de Dezembro referente à integração de 14 mediadores e observadores nacionais e internacionais”.

Na sexta-feira passada (10), o Executivo de Armando Guebuza manifestou a sua disponibilidade para hoje dialogar com a Renamo e citou como agenda a avaliação dos mecanismos para a participação de observadores nacionais, bem como a discussão sobre questões de defesa e segurança.

Assim, o Governo ignorava, mais uma vez, o aviso da Renamo segundo o qual a delegação deste partido não se fará presente à mesa de diálogo enquanto não for respondida a carta enviada ao chefe do Estado.

A equipa do Governo ainda insiste na ideia de que todas as questões inerentes à presença de observadores nacionais, uma vez que não concorda com figuras internacionais, só podem ser discutidas em sede do diálogo, ou seja, no Centro de Conferências Joaquim Chissano.

“O papel desses observadores não pode ser estabelecido por carta. O Governo e a Renamo têm de se sentar na mesa do diálogo e discutir o que é que esses observadores vão fazer”, disse que o ministro de Transporte e Comunicações e elemento da delegação do Governo, Gabriel Muthisse.

Entretanto, importa recordar que o papel, tanto dos observadores bem como dos mediadores, foi apresentado sob forma de proposta pelo partido da Afonso Dhlakama na carta enviada ao Presidente Armando Guebuza, da qual ainda aguarda pela resposta.

Dirigindo-se à imprensa, Muthisse fundamentou que a esperança do Governo era de que sendo este um novo ano os intervenientes do diálogo aparecessem com “novo espírito”. “Era nossa convicção que depois da estação das festas, depois do fim do ao de 2013, poderíamos começar o ano com novo espírito, com uma nova perspectiva e que todos nós (Governo, Renamo e todas as outras forças políticas do país) poderíamos iniciar um diálogo cada vez mais profundo sobre todas as questões que preocupam o país”.

Reforçado a recusa sobre a presença de figuras internacionais, Muthisse afirmou que “o Governo acredita que o bom-senso está no coração e na mente dos moçambicanos, por isso nenhuma pessoa de fora há-de vir com bom-senso para as nossas mentes e nossos corações”. Assim, o Governo e Renamo devem, sozinhos, estabelecer os parâmetros essenciais na base dos quais devem dialogar.

“Se nós concordámos naquilo que são os parâmetros, com ou sem observadores, haverá concórdia. Portanto, o que a Renamo deseja para aprofundar o diálogo tem de trazer à mesa do diálogo”, explicou Muthisse, reiterando que o Governo manifesta a sua permanente disponibilidade para dialogar para evitar que em nenhuma parte do país, nem em Muxúnguè, nem em Gorongosa, haja moçambicanos a disparar e a morrer.

O diálogo em causa vem registando impasse desde o seu início, em Maio do ano passado. A 23 de Dezembro as rondas das segundas-feiras foram interrompido para dar lugar à quadra festiva e estava marcado para esta segunda-feira (13) o retorno ao mesmo.

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