António de Almeida Santos, presidente honorário do Partido Socialista português (PS), faleceu na noite desta segunda-feira(18) repentinamente aos 89 anos de idade, segundo informaram fontes do partido. Jurista, ministro em vários Governos e legislador Almeida Santos começou a sua actividade política em Moçambique, ainda durante o período da ditadura em Portugal, onde integrou o Grupo de Democratas, que se opunha à colonização.
A morte de Almeida Santos foi divulgada durante a madrugada desta terça-feira e gerou uma corrente de reacções entre os principais líderes do PS, que prestaram homenagem à sua figura.
O presidente honorário dos socialistas -actualmente no governo- tinha participado recentemente na campanha eleitoral para as presidenciais deste domingo, 24, como simpatizante da candidata Maria de Belém, e chegou a participar nos seus comícios.
António de Almeida Santos nasceu a 15 de Fevereiro de 1926 no município de Cabeça, ao nordeste do país, e formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.
Durante perto de duas décadas viveu em Moçambique e regressou a solo luso depois da Revolução dos Cravos que pôs fim à ditadura (1974).
Integrou o Grupo de Democratas de Moçambique, que se opunha à colonização e concorreu por duas vezes à Assembleia Nacional, mas viu sempre a sua candidatura ser anulada pelo regime.
Almeida Santos desempenhou um papel importante nos primeiros governos pós-ditadura e prévios à redação da Constituição, quando ocupou o cargo de ministro de Coordenação Interterritorial e de Comunicação.
Também foi titular de diferentes pastas em três Executivos constitucionais: responsável de Justiça, adjunto do primeiro-ministro e de Assuntos Parlamentares.
Ocupou um assento no Conselho de Estado entre 1985 e 2002, exerceu de líder parlamentar da bancada socialista entre 1991 e 1994 e também foi eleito presidente do parlamento português em duas legislaturas.
Embora o seu delicado estado de saúde -tinha sido submetido a cirurgias cardiovasculares em duas ocasiões-, teve a sua última intervenção pública há apenas dois dias, no domingo, quando falou perante os meios de comunicação.
As demonstrações de luto pelo seu falecimento sucederam-se durante as últimas horas, entre elas a de Mário Soares, fundador do PS e antigo chefe do Estado português.