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Extrema direita volta a compor mapa político da França

A Frente Nacional (FN, extrema direita) foi a principal surpresa nos resultados do primeiro turno das eleições regionais francesas ao obter 11,7% dos votos, uma cifra, segundo seu líder, Jean Marie Le Pen, que mostra que o FN “é a ave Fênix que renasce das cinzas”.

As pesquisas de boca de urna previam vários pontos a menos para a FN que, na base eleitoral de Le Pen, a região de Provence, Alpes e Côte d’Azur, superou os 20% dos votos, e na região de Nord Pas de Calais (norte), onde a lista do FN era liderada por sua filha, Marine Lê Pen, obteve 18% dos votos. A porcentagem de 11,7% dos votos em todo o país supõe um apoio de 2,2 milhões de eleitores, segundo as cifras oficiais. “Foi um êxito incontestável da Frente Nacional”, afirmou Le Pen durante coletiva de imprensa realizada na tarde dedys segunda-feira, antes de insistir em chamar o partido que fundou em 1972 de “a ave Fênix que renasce das cinzas”.

De cara, no segundo turno das eleições regionais, no próximo domingo – ao qual passam automaticamente as listas que obtiveram ao menos 10% dos votos no primeiro turno -, o FN já está em condições de se manter em 12 das 26 regiões (22 na França metropolitana). “A Frente Nacional pede às listas que não obtiveram os 10% de votos para não votarem nem na UMP (União para um Movimento Popular, no poder) nem no Partido Socialista”. “Nem um nem outro”, declarou Le Pen antes de qualificar essas duas formações como “cúmplices”. Horas antes, a filha de Le Pen, e também sua provável sucessora, assegurou que a chapa “não será vendida a ninguém”. “Estamos aqui para nos opor ao pacto UMP-PS”. O renascimento do FN no mapa político francês surpreendeu porque chega um ano depois de sua derrota nas eleições européias de 2009, nas quais obteve 6,3% dos votos.

Marine Le Pen acusou os dois principais partidos políticos da França, o União para um Movimento Popular (UMP, situação, direita) e o Partido Socialista (PS) de serem “cúmplices e culpados da política de desperdício nas regiões”. “É um bom resultado que volta a colocar o FN no coração do jogo político na França”, afirmou o analista Jerome Fourguet, do instituto IFOP. Depois de serem divulgados os resultados do primeiro turno, Le Pen disse que seu partido beneficiou-se do debate sobre a identidade nacional impulsionado meses atrás pelo governo do presidente Nicolas Sarkozy.

“A Frente Nacional acaba de recuperar seu lugar, já que é um partido nacional”, afirmou na noite de domingo Jean Marie Le Pen, que se apresentou diante das câmeras de televisão atrás de um cartaz de campanha que dizia: “não ao islamismo” e que dias antes foi proibido pela Justiça francesa. A socialista Martine Aubry responsabilizou Sarkozy por ter “reaberto a porta” à extrema direita ao lançar um debate que acabou colocando a imigração no banco dos réus.

“A Frente Nacional tinha sido dada por vencida, morta e enterrada pelo presidente da República, mas demonstrou que continua sendo uma força nacional cada vez maior”, declarou Le Pen ao celebrar o resultado. Le Pen, que chegou a disputar a presidência da França em 2002 contra Jacques Chirac depois de uma classificação inesperada no primeiro turno, anunciou que esta campanha pelas eleições regionais seria a última de sua carreira.

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