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Exploração de pedra para construção põe em risco ponto sobre rio Monapo

A actividade de mineração para exploração de pedra para fins de construção civil na bacia do rio Monapo, município do mesmo nome, está a perigar a existência de infra-estruturas sociais importantes, no caso vertente a ponte ali erguida, que pode desmoronar-se a qualquer momento causando a interrupção do trânsito rodoviário na estrada nacional número oito que liga o Porto de Nacala e várias províncias da região, incluindo a vizinha Republica do Malawi.

A nossa reportagem escalou, recentemente, a vila municipal de Monapo, e assistiu a uma intensa e desenfreada actividade de extracção de pedra sobre a bacia do rio Monapo e ao que, depois, apuramos junto de alguns indivíduos envolvidos na actividade, o referido minério destinase a construção de infra-estruturas sociais e económicas em diferentes pontos do município e distrito de Monapo.

O perigo do desmoronamento da ponte de betão, com cerca de 300 metros de cumprimento, pode resultar da extracção de pedra nos dois pontos de encontro, fragilizando, consequentemente, aquela infraestrutura. O metro cúbico de pedra está a ser vendido a 600 meticais, incluindo o frete de transporte do material para local indicado pelo comprador, maioritariamente localizado nos bairros de expansão criados pela edilidade, face à explosão demográfica que se assiste nos últimos tempos.

Aliás, a procura de pedra e areia, que escasseia no município de Monapo devido à falta de montanhas, começou a ganhar uma expressão acentuada depois que o município efectuou a distribuição de talhões para fins de construção de imóveis habitacionais e de comércio naquela vila. Diariamente, são extraídas da bacia do rio Monapo mais de trinta carradas de pedra para construção civil, segundo nos testemunhou Mathano Anlaue, um dos muitos motoristas das empresas que se dedicam ao transporte daquele material.

Taibo Sabonete, intitulado chefe dos garimpeiros que operam na bacia do rio Monapo, disse a nossa reportagem que em finais do ano passado a edilidade local emitiu um comunicado no qual proibia a extracção de pedra na bacia daquele importante recurso, particularmente debaixo da ponte erguida na estrada nacional numero Oito. Mas não podemos abandonar a extracção e venda de pedra porque constitui nossa fonte de arrecadação de receitas para custear a compra de alimentos para consumo da família, material escolar e algum vestuário básico – disse o entrevistado, que aponta a falta de emprego como razão principal para o exercício da actividade na zona.

Devido à relutância por parte dos garimpeiros do abandono da extracção de pedra na bacia do Monapo, a derrocada da ponte pode estar por um tempo curto, caso as entidades competentes não tomem medidas contundentes visando travar a actividade de mineração. A gestão das bacias hidrográficas nas províncias de Nampula e partes das vizinhas do Niassa, Cabo Delgado e Zambézia, é da rersponsabilidade da Administração Regional de Aguas Centro – Norte.

E o respectivo director geral, Justino Marrengula, referiu que o outro risco decorrente da mineração na bacia do Monapo relaciona-se com o meio ambiente, concretamente da poluição das aguas, que pode afectar o homem, bem como a multiplicação das espécies marinhas que encontram nas fendas das rochas o seu refúgio predilecto para a desova.

A nossa reportagem contactou a Administração Nacional de Estradas, através do respectivo delegado provincial substituto, em Nampula, Isac Braimo, para apurar que medidas estariam em curso visando mitigar a exploração mineira que põe em causa a existência da ponte e possibilidade de interrupção do tráfego rodoviário naquela região, tendo a nossa fonte confessado ter sido colhido de surpresa em relação à ocorrência de tal actividade.

Contudo referiu que uma equipa técnica será enviada nos próximos dias ao terreno para fazer a avaliação do perigo que tal actividade constitui para a infra-estrutura e posterior tomada de medidas tendentes a desencorajar a extracção de pedras no local.

O Conselho Municipal da vila de Monapo, considerado como estando a facilitar a exploração de pedra para fins de construção civil, disse, através do respectivo vereador para os assuntos ambientais, urbanização e cemitérios, Jaime Tipoquela, que esforços estão sendo envidados pela edilidade, em coordenação com os líderes comunitários, visando travar tal actividade, através da colocação de letreiros nos locais proibidos de exercer a mineração. Adicionalmente, será criada uma força de fiscalização que estará em permanência na zona onde actualmente ocorre a mineração de pedra com vista a desencorajar os prevaricadores.

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