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Exército tailandês dá golpe de Estado e suspende a Constituição

O chefe do Exército da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, assumiu o controle do governo num golpe de Estado, esta quinta-feira (22), dois dias depois de ter declarado lei marcial, dizendo que o Exército tem que restaurar a ordem e pressionar por reformas.

Prayuth fez o anúncio numa transmissão de televisão depois duma reunião para a qual convocou facções rivais do conflito político no país.

O encontro aparentemente buscava encontrar uma solução para os protestos contra o governo que já duram seis meses. “Para a situação voltar ao normal rapidamente e para que a sociedade volte a amar e a ficar em paz… e para reformar as estruturas política, económica e social, os militares precisam de tomar o controle do poder”, disse Prayuth.

Os militares depois declararam um toque de recolher das 22h até as 5h. O porta-voz Winthai Suvaree disse que Prayuth vai liderar o conselho militar que agora governa o país.

Suvaree afirmou ainda, num comunicado divulgado na TV, que a Constituição está suspensa, mas o Senado e todos os tribunais continuariam com as suas actividades normais.

A Tailândia está imersa numa grande luta pelo poder entre apoiantes do ex-primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra e seus oponentes, compostos por partidários da monarquia nacional. O conflito polarizou o país e afeta a economia nacional.

O Exército tailandês tem uma longa história de intervenção na política – já houve 18 golpes bem-sucedidos ou tentados desde que o país tornou-se uma monarquia constitucional em 1932, e mais recentemente quando Thaksin foi deposto em 2006.

Centenas de soldados cercaram a reunião no Clube Militar de Bangcoc pouco depois do anúncio do golpe, e tropas prenderam Suthep Thaugsuban, líder dos protestos contra os apoiantes do governo de Thaksin.

Alguns dos participantes da reunião foram mantidos no local do encontro depois dos eventos, disse um repórter da Reuters que esperava do lado de fora.

O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos e soldados dispararam para o ar para dispersar os activistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc, disse um porta-voz do grupo.

Os militares detiveram pelo menos um líder dos activistas, disse. Uma testemunha da Reuters disse depois que os manifestantes estavam a deixar o local pacificamente. Logo, o seu líder, Jatuporn Prompan, afirmou que continuariam os seus protestos apesar do golpe e da ordem de dispersar.

O governo declarou lei marcial alegando que a medida era necessária para prevenir episódios de violência, mas rejeitou acusações de que as suas acções resultariam num golpe de Estado.

Na primeira rodada de negociações, Prayuth havia declarado que ambos os lados deveriam chegar a um compromisso que teria articulado a nomeação de um primeiro-ministro interino, reformas políticas e prazo para umas eleições. Mas as conversas terminaram na quarta-feira sem conclusão, e nenhum lado cedeu nas suas posições, disseram os participantes.

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