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Exercito sul-africano em estado de alerta durante o Mundial

Os preparativos para o Mundial de Futebol 2010, a ter lugar entre Junho e Julho próximos na Africa do Sul, estão já na sua fase final, com os organizadores a prometer que farão tudo ao seu dispor para assegurar que o evento decorra de forma pacifica e ordeira. Apesar de o processo estar a decorrer normalmente, fontes da FIFA e do Comité Organizador do Mundial de Futebol sul-africano dizem que só se sentirão aliviados se conseguirem vender 145 000 bilhetes, dos 355 mil, nos últimos quatro dias antes do inicio do certame.

As mesmas fontes referem que para evitar que haja estádios vazios, os organizadores estão já a oferecer preços baixos na venda de bilhetes. Existem quatro categorias de bilhetes, sendo os mais baratos reservados para sul-africanos, que oscilam entre 19 dólares para um grupo de jogos, a 142 dólares para a final, considerados os mais baratos na história da taça das nações.

Há vozes que acreditam que não haverá uma assistência de 450 000 espectadores no mundial deste ano por causa da crise financeira e receios de criminalidade no pais. Contudo, a Africa do Sul mobilizou 1,3 mil milhão de dólares para a construção e melhoria de estádios, incluindo 366 milhões de dólares EUA aplicados apenas na reabilitação do estádio de Greenpoint, na cidade do Cabo. Adicionam-se ainda a estes valores um estimado de 1,5 mil milhão de dólares canalizados para a construção da ferrovia ‘Gautrain’, que vai estabelecer ligação entre o Aeroporto Internacional Oliver Tambo, o ex-Aeroporto Internacional de Joanesburgo, e o bairro luxuoso de Sandton, nos arredores da cidade.

Mais de 90 milhões de dólares foram mobilizados para a área de segurava e aquisição de novos helicópteros e blindados para a polícia. Embora não haja sinais de ameaças que venham inviabilizar a sua realização, o exercito da Africa do Sul estará em estado de alerta máximo e a patrulhar as fronteiras com os Estados vizinhos, incluindo Moçambique, durante o Mundial de Futebol deste ano, a ter lugar entre 11 de Junho e 11 de Julho próximos.

O Tentente-General das Forcas da Defesa Nacional da Africa do Sul, Solly Shoke, anunciou que unidades militares estão já preparadas para garantir que o evento decorra sem sobressaltos. Shoke revelou que o exército decidiu cancelar ferias para as tropas durante a realização do mundial, com vista a apoiar a polícia nas suas operações destinadas a prevenir actos que inviabilizem o certame. Aquele oficial disse que unidades militares começaram a movimentar-se junto das fronteiras com os estados vizinhos, entre os quais Moçambique, a partir de 1 deste mes (Abril).

Acrescentou que tropas sulafricanas foram treinadas em matéria de patrulhamento das fronteiras, com vista a fazer face ao tráfico humano e drogas durante o evento. A Africa do Sul anunciou, há dias, penas ‘severas’, como prisão perpétua ou multas avaliadas acima de um milhão de randes para aqueles que se envolverem em tráfico humano. Paralelamente a isso, a ‘Policia Internacional’ (Interpol) revelou que planos de segurança ultrapassaram as expectativas, não havendo neste preciso momento ameaças de terrorismo durante o mundial.

O Secretário-geral da Interporl, Ronald Noble, é citado a dizer que tudo estava sob controlo e que ele se sentia satisfeito pela polícia sul-africana estar já preparada para garantir segurança aos que vierem assistir ao evento. Noble disse que passaportes serão escrutinados em todos os postos fronteiriços sul-africanos, com vista a identificar riscos de segurança e neutralizar grupos de crime organizado e contrabando de drogas e humano.

A Africa do Sul está a trabalhar, lado a lado, com as autoridades francesas, britânicas e holandesas na identificação de indivíduos que poderão manchar o mundial. Apesar de já haver garantias de segurança, por outro lado, a policia acredita que o pais esta mais preocupado com casos de trafico humano, particularmente contrabando de mulheres para a actividade do sexo durante os jogos para a copa.

Não apenas se aponta para a actividade sexual, como também receia-se que mulheres poderão ser contrabandeadas para trabalhos forcados na Africa do Sul. Tecendo a sua consideração, Vanessa Barolsky, socióloga no Conselho de Ciências de Investigação da Africa do Sul, criticou alguns agentes da lei e ordem sul-africanos por ignorarem denuncias por mulheres, crianças e imigrantes, que são a principal vitima dos traficantes humanos.

As vítimas incluem crianças de varias partes da Africa ou mesmo das zonas rurais sul-africanas, que depois de serem introduzidas nos centros urbanos vêem-se obrigadas a trabalhados forcados ou a serem exploradas sexualmente. Mulheres de varias partes da Ásia foram recrutadas, há dias, para a Africa do Sul com promessas de melhores condições de vida, situação que se receia que venha a ocorrer durante o mundial. A este propósito, o capitão Leonard Hlathi, porta-voz da policia na cidade de Ermelo, na província de Mpumalanga, citou um caso de raparigas moçambicanas e swazis de terem sido prometidas emprego, mas uma vez na Africa do Sul elas viram-se obrigadas a prostituir-se.

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