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Exército argelino realiza ofensiva final em complexo de gás

O exército argelino realizou um “assalto final” no sábado contra atiradores ligados à Al Qaeda num complexo de exploração de gás no deserto, matando 11 homens armados ligados à al-Qaeda depois que eles tiraram a vida de sete reféns estrangeiros, informou a agência estatal de notícias do país.

A empresa estatal de petróleo e gás, Sonatrach, disse que os militantes que atacaram a planta na quarta-feira e fizeram um grande número de reféns tinham preparado uma armadilha no complexo de gás com a colocação de explosivos.

“Acabou agora, o ataque acabou, e os militares estão no interior da usina limpando-a das minas”, disse uma fonte local familiarizada com a operação à Reuters.

O secretário de defesa britânico Philip Hammond disse que “foi dado um fim” à situação de crise dos reféns com uma ofensiva do exército argelino contra os militantes. O número exato de mortos entre os militantes e os trabalhadores estrangeiros e argelinos na fábrica perto da cidade de In Amenas, próxima da fronteira da Líbia, ainda não está claro, mas relatos de diversas fontes indicam que várias dezenas de pessoas foram mortas.

O ataque de islamistas no complexo de gás testou as relações da Argélia com o mundo, expondo a vulnerabilidade de operações de petróleo de multinacionais no Saara e o radicalismo islâmico no norte da África. Alguns governos de países ocidentais expressaram frustração por não terem sido informados dos planos das autoridades argelinas de invadir o complexo.

LIBERTAÇÃO DE REFÉNS

Como o encerramento da ação do exército, 16 reféns estrangeiros foram libertados, disse uma fonte próxima à crise. Entre eles estavam dois norte-americanos e um português. A Grã-Bretanha disse que menos 10 dos seus cidadãos ainda estavam desaparecidos e que estava urgentemente buscando estabelecer qual a condição de todos os britânicos envolvidos na crise.

Na base de exploração de gás, ficavam trabalhadores estrangeiros da britânica BP, da norueguesa Statoil, e da empresa japonesa de engenharia JGC Corp entre outras. O presidente-executivo da BP, Bob Dudley, disse neste sábado que 4 de seus 18 funcionários na planta de gás estavam desaparecidos. Os outros 14 estão a salvo.

A crise na usina de gás marcou uma grave escalada de agitação no noroeste da África, onde as forças francesas estão em Mali desde a semana passada, lutando contra a tomada por islamistas de Timbuktu e outras cidades.

Os sequestradores disseram que o ataque contra a usina de gás da Argélia foi uma resposta à ofensiva francesa no Mali.

No entanto, algumas autoridades norte-americanas e européias dizem que o ataque provavelmente necessitou de muito planejamento para ter sido organizado do zero desde que a França lançou seus ataques. Dezenas de ocidentais e centenas de trabalhadores argelinos estavam dentro do complexo de gás quando foi tomado na madrugada de quarta-feira por combatentes islâmicos que disseram que queriam a suspensão da intervenção francesa no vizinho Mali.

Centenas escaparam na quinta-feira, quando o exército lançou uma operação de resgate, mas muitos reféns foram mortos.

Antes do ataque final, diferentes fontes estimavam que o número de reféns mortos estava entre 12 e 30, com muitos estrangeiros ainda desaparecidos, entre eles noruegueses, japoneses, britânicos e norte-americanos. A estimativa de 30 mortos foi dada por uma fonte da força de segurança da Argélia, que disse que oito argelinos e pelo menos sete estrangeiros estavam entre as vítimas, incluindo dois japoneses, dois britânicos e um francês.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse na sexta-feira que um americano, Frederick Buttaccio, tinha morrido, mas não deu mais detalhes. Mais cedo neste sábado, forças especiais argelinas encontraram 15 corpos queimados na usina, disse uma fonte à Reuters.

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