Um tribunal ucraniano condenou esta terça-feira a ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko a 7 anos de prisão por abuso de poder em um acordo de gás natural feito em 2009 com a Rússia. “O tribunal…determinou que Tymoshenko é culpada… e a sentenciou a 7 anos de prisão”, disse o juiz Rodion Kireyev.
Kireyev emitiu a sentença – a pena máxima pedida pelos promotores públicos – no final de um julgamento de três meses que dividiu a sociedade da ex-república soviética e põe em risco as relações com o Ocidente.
A União Europeia, importante parceiro comercial da Ucrânia, alertou que a prisão da carismática líder da oposição colocará em risco a ratificação de um acordo de associação, previsto para ser assinado ainda neste ano. Tymoshenko, de 50 anos, sorriu no momento em que Kireyev anunciou a sentença. Mas ela então levantou-se e – enquanto ele ainda estava lendo o veredito – denunciou o “regime autoritário” do presidente Viktor Yanukovich e a falta de justiça na Ucrânia sob seu governo.
Mais cedo, Kireyev disse que a ex-primeira ministra havia abusado de seus poderes ao coagir a empresa estatal de energia Naftogaz a assinar em 2009 um acordo de dez anos para fornecer gás natural à Rússia. O acordo fez com que a Ucrânia pagasse um preço exorbitante pelo gás natural.
Tymoshenko, que foi primeira-ministra duas vezes, mas perdeu a disputa pela presidência para Yanukovich em fevereiro de 2010, disse que seu julgamento era uma vingança de seu arqui-rival e negou que tivesse agido ilegalmente.