O ex-Presidente da República Centro Africana (RCA), François Bozizé, exilado nos Camarões desde a sua destituição do poder em Março último, deixou Yaoundé, Domingo, com destino ao Benin, noticiou, Segunda-feira (3), a imprensa local.
François Bozizé e a sua família, que viviam no exílio nos Camarões depois de deixar o seu país na sequência do golpe de Estado militar perpetrado pela rebelião Séléka, partiu do aeroporto internacional de Yaoundé-Nsimalen a bordo dum voo comercial da companhia aérea Kenya Airways, Domingo, no final do dia , segundo o diário privado “Le Messager”.
O ex-Presidente centro africano “poderá residir no Benin ou na África do Sul para fugir de eventuais problemas com o Tribunal Penal Internacional (TPI)”, sublinhou o jornal.
O Benin seria a possibilidade privilegiada porque em Abril último o Presidente beninense, Boni Yayi, aceitou que o seu país concedesse asilo político a François Bozizé. Esta saída precipitada de François Bozizé dos Camarões segue-se à série de eventos que marcaram a actualidade neste caso nos últimos dias.
Alguns dias depois da sua chegada nos Camarões, François Bozizé concedeu uma entrevista à imprensa local e internacional em que acusou o Tchad de ter apoiado e armado a rebelião Séléka, que o destituiu do poder.
Falando menos sobre a situação e o seu reinado na República Centro Africana, ele afirmou não ter solicitado asilo político ao Benin e não ter iniciado nenhum procedimento junto dos seus pares da África Central.
Em seguida, Abdou Karim Meckassoua foi enviado pelo novo poder de Bangui e foi recebido em audiência pelo Presidente camaronês, Paul Biya, em Maio último no Palácio da Unidade em Yaoundé.
Posteriormente, Alain Tolmo, procurador de Bangui, lançou, semana passada, um mandado de captura internacional contra François Bozizé por crimes contra a humanidade.