O antigo ministro moçambicano do interior, Almerino Manhenje, que se encontrava encarcerado desde 22 de Setembro de 2008, na Cadeia Civil em Maputo, foi restituído a liberdade na tarde de quinta-feira.
Manhenje, que vai aguardar pelo seu julgamento em liberdade provisória, havia sido detido em conexão com um caso de desvio de uma soma calculada em 220 biliões de meticais” (cerca de oito milhões de dólares ao câmbio actual) dos cofres do Ministério do Interior (MINT). A soltura de Manhenje surge na sequência de uma ordem do juiz Octávio Tchuma, do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
Refira-se que na segunda-feira, foram restituídos a liberdade outros quatro coarguidos, também arrolados no caso, nomeadamente Lourenço Jaquessone Mathe, Manuel Luís Mome, Serafim Carlos Sira e Dionísio Luís Colege, mediante termo de identificação e residência ou pagamento de caução, aguardando o seu julgamento em liberdade.
Na altura da sua detenção todos eram funcionários do MINT. Informações na posse da AIM, indicam que Manhenje deverá ter pago uma caução entre 300-350 mil meticais. No ano passado, o juiz da causa restituiu à liberdade condicional Luís Rusé Colete, um arguidos deste processo, após pagar uma caução de 50 mil meticais. Ainda neste processo, o ex-Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), Armando Pedro Muiuane Júnior, foi despronunciado por insuficiência de provas.
O grupo foi conduzido à Cadeia Civil a 22 de Setembro de 2008, por ordem da Procuradoria da República da Cidade de Maputo, acusado de envolvimento no desfalque de somas avultadas no Ministério do Interior. Manhenje foi detido na sequência das investigações das contas relativas ao exercício de 2004, por ordens do actual Ministro, José Pacheco.
Na altura, José Pacheco solicitou a auditoria para avaliar o estado de desenvolvimento dos recursos humanos e gestão administrativa e financeira do seu pelouro que começou a dirigir em Fevereiro de 2005. O próprio Ministro do Interior, José Pacheco, procedeu a entrega do relatório de auditoria ao então Procuradorgeral da Republica, Joaquim Madeira em Março de 2006.