Um tribunal islandês declarou um ex-primeiro-ministro culpado de uma acusação relacionada com o colapso dos bancos do país em 2008, mas o exonerou em três outras acusações e decidiu não puni-lo. O ex-primeiro-ministro Geir Haarde, 61 anos, foi o único líder no mundo a enfrentar um processo por causa da crise financeira global.
Uma corte especial considerou nesta segunda-feira Haarde culpado de não realizar reuniões ministeriais antes da crise – uma das quatro acusações contra ele. O tribunal especial de impeachment foi criado em 1905, mas o caso de Haarde foi o primeiro julgamento.
“É um absurdo”, disse Haarde a repórteres após o veredito. “É óbvio que a maioria dos juízes se viu em determinado momento pressionada a chegar a um veredito de culpa, porém menor, para salvar o pescoço dos parlamentares que instigaram isso”, acrescentou.
Muitos ficaram irritados na ilha do Atlântico Norte enquanto se questionavam por que nenhum dos homens responsáveis pelos bancos que quebraram foram julgados – embora algumas acusações tenham sido apresentadas e dezenas de investigações estejam em andamento.
Os islandeses tomaram as ruas durante a crise, batendo panelas diante do Parlamento, no centro de Reykjavik. Em algumas ocasiões os protestos se tornaram violentos, em um país conhecido pela sua natureza pacífica.
O veredito, transmitido ao vivo pela TV, pode não curar as feridas e pode levar a questões sobre quem deve assumir a responsabilidade por uma crise que foi emblemática do colapso da crise financeira mundial.