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Estudo defende envolvimento das comunidades na conservação dos ecossistemas

O envolvimento das comunidades nas várias actividades de conservação dos ecossistemas montanhosos, a criação de um sentimento de propriedade e a valorização dessas mesmas áreas bem como as melhores práticas de agricultura podem garantir a sua sustentabilidade.

Esta é constatação de um estudo de avaliação dos Ecossistemas Montanhosos que foi apresentado publicamente hoje, em Maputo, pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) e pelos parceiros internacionais que participaram na sua elaboração. O estudo, com três anos de duração (2006/09), foi realizado em três grandes montes da província central da Zambézia, nomeadamente o Namúli, Chiperone e Mabu, o monte Inago na província setentrional de Nampula assim como Mchese no Mulange, Malawi.

Desta feita, as expedições científicas feitas aos montes permitiram registar várias espécies de ecossistemas como as borboletas, plantas, lagartos, cobras, pássaros e muitas outras raridades da flora e fauna que habitam naqueles meios. Julian Bayliss, biólogo da área de conservação, que apresentou os resultados do estudo, disse que as expedições envolveram cerca de 100 cientistas do país, Malawi e do Reino Unido e custaram pouco mais de 200 mil libras O mesmo é fruto de uma parceria entre IIAM e a “Royal Botanic Gardens, Kew (RBG-Kew), e foi financiado pela ‘DARWIN Initiative”.

Bayliss, que também participou no estudo, disse que os montes visitados mostraram uma diversidade de particularidades que varia de lugar para lugar, mas a ameaça comum é a invasão aos ecossistemas, as queimadas descontroladas e as práticas agrícolas feitas de forma menos sustentável.

Nalgumas áreas florestais visitadas constatou-se, por exemplo, o abate exagerado das espécies faunísticas, situação que coloca uma séria ameaça a sobrevivência do homem, em consequência das mudanças climáticas com que se debate o planeta.

Aliás, 20 por cento das emissões de gases que concorrem para efeitos de estufa resultam da destruição das florestas para várias finalidades como a limpeza de campos para o cultivo, a extracção do combustível lenhoso entre outras finalidades. Estas práticas, quando feitas de forma regrada, podem, segundo a fonte, contribuir para a conservação e preservação dos ecossistemas de importância significativa não só para o país, como também para a região e a nível global.

“Acho que a melhor coisa que se pode fazer na conservação destas áreas é melhorar as práticas agrícolas e despertar um sentimento de responsabilidade na maneira como as pessoas usam a terra, as florestas assim como as zonas montanhosas”, disse a fonte.

A criação de um programa de sensibilização das comunidades sobre as melhores práticas agrícolas pode, segundo Bayliss, desempenhar o papel determinante na conservação das áreas visitadas durante as expedições. A fonte apontou, a título de exemplo, que a semelhança do que acontecia no passado, em que as comunidades tinham um sentimento de propriedade e respeito pelas florestas por as considerarem o santuário dos espíritos dos antepassados, o mesmo pode ser feito, através da responsabilização das comunidades próximas dessas áreas.

Refira-se que as expedições tiveram a participação da “Mulanje Mountain Conservation Trust”, BirdLife International, “Forest Research Institute Of Malawi” (FRIM).

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