Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Estratégia de combate ao SIDA deve considerar os aspectos culturais

Um estudo apresentado recentemente no Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças de Transmissão Sexual (DTS) e Sida destaca que para Moçambique melhorar a adesão ao tratamento precisa de considerar os aspectos culturais e de género, e preparar os profissionais da saúde para interagirem com as famílias dos pacientes.

O estudo que foi apresentado no Congresso Brasileiro de Prevenção das DTS e Sida, em Brasília, pela psicóloga Larissa Polejack, revela que as dificuldades em se revelar portador do HIV se devem a preconceitos prevalecentes na sociedade.

Polejack trabalhou durante anos como assessora técnica para adesão ao tratamento anti – retroviral e apoio psicossocial em Moçambique. A falta de dinheiro para a garantia de uma alimentação adequada, transporte e medicamentos complementares são apontados como factores principais para a desistência do tratamento contra a Sida, pelo menos, em Maputo, a capital moçambicana.

Nos últimos quatro anos, segundo o estudo citado pela estação publica de radiodifusão no país (RM), Moçambique expandiu o acesso aos medicamentos contra a Sida de aproximadamente 40 mil pessoas para cerca de 170 mil, mas a boa continuidade do tratamento ainda é um dos grandes desafios que se enfrenta no combate a esta epidemia. Segundo uma pesquisa recente que envolveu 75 pacientes adultos (35 homens e 30 mulheres) do Hospital Militar de Maputo, 33 demonstraram que não sabiam do risco que correm ao esquecer de tomar os medicamentos contra a Sida.

“Não foi fácil aderir, ou mesmo fazer o teste (de HIV). Mas como já estamos doentes, era preferível tomar esse medicamento porque se morrermos, é a mesma coisa”, disse um dos participantes da pesquisa. As estratégias de apoio na adesão ao tratamento, segundo os participantes da pesquisa, foram: ajuda de familiares (34 por cento dos pacientes); uso de alarmes e relógios despertadores (13,4 por cento); carregar sempre os medicamentos (9,2 por cento); e relacionar o horário de tomar o remédio com algum evento, como programas de televisão e refeições (9,2 por cento).

A pesquisa destaca que com uma população de aproximadamente 22 milhões, Moçambique tem uma prevalência nacional do HIV estimada em 15 por cento nos adultos, estimando-se também que cerca de 500 mil pessoas deviam estar em tratamento com anti-retrovirais actualmente. Professora da Universidade de Brasília, Larissa contou aos participantes do congresso que actuam na área do HIV e Sida a sua experiência como trabalhadora do International Center for AIDS Care and Treatmet (ICAP), organização da Universidade norte-americana de Columbia, que apoia o governo moçambicano no tratamento antiretroviral.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts