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Estará a população de Dugongos a recuperar lentamente?

Estará a população de Dugongos a recuperar lentamente?

Bazaruto

Contagens aéreas levadas a cabo recentemente na baía de Bazaruto, incluindo o Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto (PNAB), trouxeram à superfície novas espectativas no que diy respeito a conservação da população de dugongos: a frequência com que os dugongos têm sido vistos pode significar que esta espécie tende a crescer ou que, pelo menos, a sua frequente aparição seja um sinal de sucesso nos esforços para a sua conservação.

 

 

 

A contagem foi dirigida pela cientista Jane Provancha da Dynamac Corporation (Florida) e ainda fizeram parte da equipa pessoal técnico do WWF Moçambique e do PNAB. Face ao resultado e experiência alcançados neste trabalho, Jane Provancha, vincou o seu contentamento nestes termos: “vimos muitos dugongos – numa das nossas “contagens oficiais” vimos um grupo de apenas 9 dugongos, mas numa outra (dois dias depois) vimos 135 de uma única vez… portanto, podemos afirmar, categoricamente, que a nossa maior contagem representa o mínimo de dugongos presentes na área: a probabilidade de existirem mais do que 135 é maior”.

 

Em comparação com dados que dizem respeito ao ano passado, no qual a sua maior contagem identificou 69 dugongos, pode-se aferir: “que esta “mudança” poderá não significar um aumento real na população de dugongos, mas é um sinal de que a aparição de dugongos é cada vez maior. Eu diria que os esforços de conservação estão a resultar graças ao trabalho que vem sendo feito na região, especialmente através de campanhas de educação ambiental para pescadores e turistas”, referiu Jane. Os resultados do relatório do ano passado, referente a contagem, indicam um número estimado de 250 dugongos na baia de Bazaruto.

Por outro lado, segundo Helena Motta, Coordenadora Nacional do WWF, que participou da contagem: “em 2001 as estimativas indicavam uma população de aproximadamente 100 indivíduos no total. Hoje, com base nos estudos da SASOL e nas actuais contagens feitas em conjunto com o PNAB, podemos dizer que o cenário tende a melhorar para a população de dugongos. Contudo, os resultados destes estudos indicam que uma grande parte dos dugongos encontra-se fora da área do Parque, um facto que temos que ter em conta”.

Este é um aspecto crítico apesar destes números animadores. Na área onde os dugongos foram vistos abundam redes de pesca de grande escala, ambas de arrasto e de emalhar. Estas são extremamente perigosas para dugongos, tartarugas marinhas, golfinhos e outras espécies em risco que poderão ser facilmente capturadas e acidentalmente mortas. A destruição regular da relva marinha por estas redes é outro factor preocupante, uma vez que esta (a relva) é bastante importante para a presença dos dugongos.

Esta é uma das razões pela qual o WWF vem promovendo actividades de conservação além dos limites do Parque. Em parceria com o Sector das Pescas, o WWF vem trabalhando na mitigação dos diversos impactos do uso de artes de pesca nãorecomendáveis nos distritos de Vilankulo e Inhassoro, na costa da baía de Bazaruto e no PNAB. Uma das actividades que vem gerando resultados bastante animadores é a contínua campanha de educação ambiental virada para associações de pescadores e escolas locais.

Recentemente foi organizado um torneio de futebol denominado “I Conservo as Espécies em Risco de Bazaruto”, cujo objectivo era, através de um evento de massas, chamar à atenção para a conservação de 4 espécies em risco: Dugongo, Tartaruga, Golfinho e Baleia. Quatro equipas constituídas por associações de pescadores, equipe do WWF, Pescas e estudantes participaram do evento, ajudando a disseminar informação sobre a conservação da biodiversidade de Bazaruto. Cartazes, folhetos, camisetes e outros materiais informativos foram produzidos para o evento.

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