A defesa de cinco homens e o contra-ataque relâmpago da Costa Rica podem parecer uma formação defensiva, mas quatro golos em dois jogos empolgantes indicam que o seu esquema “tico-taka” pode fazê-los ir longe no Campeonato Mundial de Futebol.
A eliminação precoce da campeã mundial Espanha levou muitos comentaristas a declarar a morte do sistema “tiki-taka”, usado pelos espanhóis e no qual a posse de bola é essencial.
Ao mesmo tempo, as equipas que privilegiam o contra-ataque brilham no Brasil. Percebendo que não conseguem competir com os melhores jogadores do mundo só na base da troca de passes, selecções menos bem sucedidas, como a Costa Rica, estão privilegiando uma defesa mais compacta e aproveitando as chances que surgem no ataque.
Diante do ataque poderoso dos ex-campeões Uruguai e Itália, os costa-riquenhos começaram os seus dois jogos do Grupo D com cinco na defesa e os dois meio-campistas Celso Borges e Yeltsin Tejeda trabalhando duro no centro do relvado.
O seu papel é deter os ataques antes que comecem e recuperar a bola. Contra a Itália, eles infernizaram Andrea Pirlo, limitando-o a um punhado de passes adiante e com frequência roubando a bola dos seus pés antes que ele pudesse obter a posse.
E quando os costa-riquenhos tomam a bola, tampouco se apressam. Procuram manter a posse em passes curtos e triangulados enquanto procuram brechas para passar para Joel Campbell, Bryan Ruiz ou Christian Bolaños.
Quando necessários, os seus defesas não têm problemas para ir para a frente e ajudar no ataque – tanto que foi o lateral esquerdo Júnior Díaz quem fez o cruzamento preciso para Ruiz marcar o golo de cabeça na vitória de 1 x 0 sobre os italianos.