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Espanhóis bloqueiam ruas e comboios em protesto contra cortes

Trabalhadores espanhóis bloquearam ruas e trens na sexta-feira em Madri num protesto contra novas medidas de austeridade que, segundo os manifestantes, punem mais os cidadãos comuns do que os banqueiros e políticos apontados como responsáveis pela atual crise.

O governo aprovou os maiores cortes orçamentários em 30 anos, incluindo uma segunda rodada de cortes salariais e de redução de benefícios para funcionários públicos.

Os principais sindicatos convocaram uma greve do funcionalismo público para setembro, em data ainda a ser definida.

O tráfego ficou bloqueado em Madri durante várias horas, e em frente a ministérios e órgãos públicos centenas de funcionários públicos gritavam “Cortes para os banqueiros, não para os trabalhadores”. Muitos deles usavam camisetas pretas em apoio aos mineiros de carvão em greve; outros vestiam verde, em apoio aos professores das escolas públicas.

Funcionários da Renfe (estatal ferroviária) pararam os comboios de Madri em vários momentos do dia. Empregados da emissora pública local TeleMadrid interromperam uma autopista nos arredores da capital. Num gesto raro, vários policiais aderiram aos protestos.

“Os funcionários públicos toleraram a primeira rodada de cortes porque queríamos mostrar solidariedade, mas isso chegou ao limite”, disse o enfermeiro Pedro, de 41 anos. “Não podem ser sempre as mesmas pessoas pagando o preço.”

Foi o terceiro dia consecutivo de protestos desde que o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, divulgou o novo pacote destinado a cortar 65 bilhões de euros do déficit público até 2014. Com essas medidas, o governo espera reconquistar a confiança dos credores e evitar um pacote internacional de resgate do Estado espanhol – depois de um socorro europeu anterior aos bancos da Espanha, em junho.

Com a crise bancária, o endividamento das regiões espanholas e a perspectiva de continuidade da recessão em 2013, o custo da dívida espanhola chegou a níveis quase insustentáveis, deixando a Espanha próxima de acompanhar Grécia, Irlanda e Portugal entre os países que precisaram de um resgate internacional.

Mais de cem funcionários públicos também se reuniram, apitando e vaiando, em frente ao palácio de governo onde o gabinete aprovou o novo plano orçamentário.

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