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Escola Mateus Sansão Mutemba refaz pautas e produz reprovações em massa

Mais um caso mancha os exames da primeira época realizado em Moçambique, na Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, na cidade da Beira, os alunos surpreendidos sexta-feira com novos resultados, os quais, contrariamente aos primeiros, afixados na semana finda, apresentam reprovações em massa dos alunos examinados da 10ª e 12ª classes havendo casos em que numa relação de 30 nomes nem sequer um tenha transitado para 11ª classe.

Segundo o jornal Diário de Moçambique, a na sexta-feira a direcção da Secundária Mateus Sansão Mutemba reuniu-se com os que se aperceberam do anúncio publicado na véspera, convocando “a todos os alunos da 10ª e 12ª classes, aprovados na 1ª época para um encontro a ter lugar na sala 33”. Para o espanto de tantos outros alunos que não estiveram na reunião, que decorreu à porta fechada, o que parecia boato tornou-se factual, quando as pautas começaram a ser afixadas, na própria sexta-feira, daí que até domingo as vitrinas continuassem a ser visitadas pelos estudantes, pretendendo saber a sua nova sorte.

Aqueles que se encontram em outras regiões do país, seguros de terem cumprido com sucesso o ano lectivo, mas com a nova correcção “chumbaram”, poderão perder definitivamente a possibilidade de comparecer aos exames da 2ª época, que arrancam esta segunda-feira no país, marcados naquela escola por irregularidades da 1ª chamada.

O director da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, Luciano Mário Massango, foi citado sobre o assunto num dos noticiários da TVM, a afirmar que uma das irregularidades de que resultou a necessidade da recorrecção dos exames foi o arredondamento das notas de exame. Massango afirmou que não se arredonda uma nota obtida no exame, mas isso aconteceu e foi descoberto pela inspecção-geral da Educação. Foi este órgão do Ministério da Educação que obrigou a escola a fazer a nova correcção dos exames e apuramento de resultados obtidos diferentes da primeira.

O jornal Diário de Moçambique consultou algumas das tantas pautas marcadamente com elevada taxa de reprovações. Do designado júri 37 da 10ª classe, uma relação de 30 nomes, consta nenhum aluno aprovado, do 43 regista-se uma transição de classe de um total de 25 estudantes, acontecendo o mesmo com o 58, composto por 31 examinandos.

Também o repórter do jornal anotou aos resultados do júri 26, com quatro aprovações parciais da 10ª classe, de um conjunto de 30 alunos. Com 27 examinandos, o júri número 27 aprovou nas mesmas condições apenas um estudante. Já o 41, integrando 31 nomes, registou duas passagens de classe. As pautas com 29 a 31 alunos, na sua maioria, não apresentavam nem cinco estudantes aprovados e os examinandos questionam como é que é isso possível.

A direcção daquela escola pública, uma das três da cidade da Beira que leccionam até 12ª classe, somente confirmou a ocorrência de irregularidades no processo da correcção, tomando como um dos exemplos o arredondamento das notas. Continua por esclarecer a generalização de tais irregularidades, que levaram à intervenção da inspecção-geral do Ministério da Educação, tratando-se de exames, processos ordinários e anuais, tanto na Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba como em tantos outros do país.

Aventa-se a possibilidade de os professores terem sido subornados pelos alunos, facto que Luciano Mário Massango não confirmou, senão que houve irregularidades, mas o nível tão generalizado de alegadas falhas de correcção torna-se questionável assim como uma corrupção que pudesse envolver a maioria dos docentes. “Nem dá para boicotarmos os exames da 2ª época, porque já é tarde” – desabafou sábado uma estudante, referindo-se ao facto de os exames de recorrência arrancarem hoje no país.

Criou-se um precedente, porque há estudantes que não já a tempo de fazer as inscrições porque foram apanhados de surpresa. Luciano Massango disse à TVM, no entanto, que o processo é irreversível. Refira-se que casos de fraude confirmada têm culminado com a anulação de exame nas disciplinas em que ocorra.

Um recorrecção tal como a registada na Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba é tida como surpreendente porque abrange praticamente as duas classes de exame (10ª e 12ª classes) e não algumas turmas (júris). Estudantes preocupados com a situação disseram que não é compreensível que “os professores cometam irregularidades” em conjunto nem serem sido “subornados todos” para arredondarem notas, tendo em conta que a nova correcção verificou-se em todas as disciplinas.

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