A italiana ENI, a maior petrolífera estrangeira na Líbia, anunciou esta terça-feira a suspensão de parte das operações de exploração de petróleo e gás no país devido à escalada de violência. “Como precaução, algumas actividades de petróleo e gás foram temporariamente suspensas. Foram adotadas medidas de segurança nessas infraestruturas”, disse a ENI, em comunicado.
“Nenhuma das unidade de produção e tratamento de hidrocarbonetos no país sofreu quaisquer danos “, acrescentou a empresa. A ENI referiu ainda que, “nas próximas horas”, a saída da maioria dos seus funcionários estrangeiros na Líbia estará completa. “Vão manter-se na Líbia 34 funcionários, alguns nas unidades de produção e outras em Tripoli”, a capital do país, disse ainda a petrolífera italiana que, na segunda-feira, tinha garantido que a violência no país não tinha afetado as operações.
A ENI está na Líbia desde 1959 e, em 2009, produziu no país um total de 244 mil barris de petróleo. O anúncio da suspensão das operações do grupo italiano segue-se ao da petrolífera espanhola Repsol YPF, que decidiu parar de forma temporária a produção na Líbia, onde está cerca de 3,8 por cento da produção total da empresa.
Os protestos na Líbia, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, iniciaram-se a 15 de fevereiro, com os manifestantes a exigir o fim do regime de Muammar Kadhafi.
A repressão dos protestos, segundo fontes médicas e organizações de defesa dos direitos humanos, já terá causado centenas de mortes.