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Enfermeira espanhola é a primeira a contrair Ébola fora da África Ocidental

Uma enfermeira espanhola tornou-se a primeira pessoa a contrair Ébola fora da África, despertando dúvidas sobre as medidas adoptadas na Espanha para controlar a disseminação em potencial da doença fatal.

A enfermeira havia ajudado a tratar dois padres que contraíram o Ébola na África e foram repatriados à Espanha. Agora, cerca de 30 outros agentes de saúde e aqueles que tiveram contacto com ela estão a ser monitorados para verificar o surgimento de sintomas.

Os dois padres morreram pouco depois de voltarem para casa. Ambos trabalharam no oeste da África, onde uma epidemia do Ébola espalhou-se pela Guiné, Serra Leoa e Libéria desde Março, matando cerca de 3.400 pessoas no maior surto da doença na história.

Também surgiram casos no Senegal e na Nigéria. Autoridades espanholas disseram que ainda precisam descobrir como a enfermeira, que não foi mencionada nominalmente, mas identificada como sendo casada e sem filhos, contraiu a infecção viral, que causa febre e hemorragia.

“No momento, estamos a investigar a maneira como a profissional foi infectada”, declarou o chefe dos serviços básicos de saúde de Madri, Antonio Alemany, numa conferência de imprensa.

A enfermeira fazia parte de uma equipe de especialistas que cuidou do religioso idoso Manuel Garcia Viejo no hospital Carlos III, na capital, quando ele foi repatriado de Serra Leoa com Ébola a 21 de Setembro.

Ele morreu quatro dias depois. Garcia Viejo foi mantido em isolamento durante o seu tratamento no mês passado, e as autoridades declararam ter seguido um protocolo rígido concebido para proteger os agentes de saúde e os pacientes do hospital. A enfermeira que adoeceu desde então só entrou no quarto de Garcia Viejo duas vezes, uma delas depois da sua morte, informou Alemany.

As autoridades de saúde disseram que ela também auxiliou no tratamento de Miguel Pajares, que trabalhava na Libéria quando contraiu a doença. Ele foi levado para a Espanha de avião a 7 de Agosto e faleceu cinco dias mais tarde. A enfermeira espanhola saiu de férias pouco depois da morte de Garcia, a 25 de Setembro, e começou a se sentir doente no dia 30 de setembro, declarou Alemany, sem revelar onde ela foi passar as férias.

“Começamos a estudar todos os contactos que a paciente teve desde que os seus sintomas surgiram, incluindo os profissionais de saúde que vêm tratando dela”, disse Alemany, acrescentando que o seu marido também está a ser monitorado.

Os cientistas que estão a acompanhar a epidemia do Ébola no oeste africano e a analisar dados sobre tráfego aéreo previram um alto risco de importação acidental da febre hemorrágica para a Europa antes do fim deste mês. Sediada em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ter sido informada do caso espanhol aproximadamente às 16h desta segunda-feira.

“Esta foi uma notificação preliminar, e a Espanha está a fazer uma investigação profunda sobre a modalidade de transmissão e os contactos da enfermeira”, disse uma porta-voz da entidade. A enfermeira, que inicialmente foi tratada por sintomas de febre no hospital de Alcorcón, nos arredores de Madrid, deve ser transferida no fim desta segunda-feira para o hospital Carlos III, onde Garcia Viejo foi tratado. Ela encontra-se numa condição estável, disseram as autoridades de saúde.

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