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Energia: Moçambique em condições de abastecer a região

O Presidente da República, Armando Guebuza, disse, sexta-feira, em Maputo, que a abundância e diversidade de recursos energéticos em Moçambique coloca o país em condições favoráveis para contribuir para o desenvolvimento do sector da energia ao nível da África Austral.

Falando na abertura da primeira Conferência dos Ministros da Energia da União Africana (CEMA), Guebuza disse que a aposta de Moçambique em construir infra-estruturas energéticas, nomeadamente de geração e transporte de energia, irá, a médio e longo prazo, dotar o país duma elevada capacidade de fornecimento de energia para diversos fins, incluindo o da industrialização do país.

“Por outro lado, a exploração dessa capacidade energética nacional vai beneficiar os países da nossa região, no contexto da cooperação que desenvolvemos, através da Associação das Empresas de Electricidade da África Austral, de que Moçambique é membro fundador”, referiu Guebuza.

No tocante as fontes renováveis de energia, Guebuza disse que o país continuara a promover o seu desenvolvimento em reconhecimento da sua contribuição na diversificação da matriz energética nacional, bem como na redução dos efeitos das mudanças climáticas. Na sua intervenção, o estadista moçambicano reconheceu que as infraestruturas energéticas desempenham um papel importante na promoção do desenvolvimento social e económico de África.

Contudo, o continente debate-se com a situação caracterizado pela existência de muitos recursos energéticos e a falta de uniformidade na distribuição geográfica desses recursos, ao nível do continente. “Consequentemente, o quadro actual do sector energético em África é caracterizado pelo contraste entre a abundância de recursos energéticos e a prevalência de níveis de pobreza energética acentuados. Para além disso, o nível de actividades industriais permanece baixo”, reconheceu.

Contudo, Guebuza disse que o continente africano já está a trabalhar com vista a reverter este quadro. Como um dos exemplos disso, apontou o estabelecimento e desenvolvimento das Associações Regionais das Empresas de Electricidade em diferentes blocos regionais. Ao nível continental, Guebuza falou do lançamento, em Julho passado, em Kampala, do Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África, um programa que reitera a determinação e empenho dos governos visando dotar o continente de infraestruturas, com destaque para as de energia.

Aliás, na sua intervenção durante a abertura do encontro, o vice-presidente da Comissão da União Africana, Erastus Mwencha, disse que, para atingir um nível de desenvolvimento apropriado, África terá de investir cerca de 90 biliões de dólares anuais em infra-estruturas. “Isso é importante se o continente tiver que alcançar o crescimento projectado de cinco a 10 por cento anuais, como era o caso antes da crise financeira global. O índice agregado do crescimento de Africa este ano é estimado em 4,5 por cento. Algumas economias, incluindo Moçambique, vão crescer acima disso”, disse.

Apesar disso, Mwencha disse que, actualmente, Africa tem um perfil favorável as oportunidades de investimento. “É também um continente do futuro, na perspectiva há grandes necessidades de infra-estruturas necessárias para satisfazer a população estimada que poderá atingir o pico de dois biliões de habitantes até 2030”, acrescentou.

Esta conferência dos Ministros, que terminou sexta-feira, vem decorrendo desde Segunda-feira passada, coincidindo com o lançamento da primeira Semana Africana de Energia e o Fórum Pan-Africano de Investimentos (na área de energia).

A reunião dos Ministros como tal só está acontecer hoje, depois de uma série de eventos e apresentações de temas sobre financiamento, investimentos, infraestruturas regionais, promoção de investimentos, entre outros. Mwencha disse esperar, no final deste encontro, ser necessário ter um plano estratégico com uma visão a longo prazo, sobre construção de capacidade institucional e criação de um clima conducente ao investimento, de modo a melhorar a capacidade de mobilização e absorção de financiamentos nesta área.

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