O Ministério da Mulher e da Acção Social (MMAS) mandou encerrar 15 centros de acolhimento de crianças desfavorecidas por suspeitas de serem locais do seu recrutamento para tráfico de seres humanos para prostituição e escravatura infantil.
O seu encerramento ocorreu durante o primeiro semestre de 2010, segundo a directora nacional adjunta da Acção Social, Francisca Sales, ajuntando que durante as acções inspectivas da sua instituição concluiu-se que “em 90% daquele tipo de centros de acolhimento de crianças visitados verificámos que mais de metade funcionava ilegalmente e usava crianças para fins económicos, para além de que as condições logísticas dos mesmos eram precárias”. Sales aventou a possibilidade de mais centros do género virem a ser encerrados, pelas mesmas razões, uma vez que as inspecções prosseguem.
Necessidades para funcionamento
Entretanto, dados tornados públicos, esta quinta-feira em Maputo, indicam que aquele departamento governamental necessita de cerca de 247,9 milhões de meticais para viabilização do seu programa de apoio a pessoas vulneráveis, em particular, mulheres e crianças ao longo dos próximos quatro anos. De acordo com um documento contendo a Proposta do Plano Nacional para o Avanço da Mulher (PNAM) 2010-2014, apresentado esta quinta-feira no decurso da VI Sessão do Conselho Coordenador do Ministério da Mulher e da Acção Social a terminar hoje, sexta-feira, uma parte do montante será direccionada para o sector da Agricultura, visando implementar programas conducentes à garantia da segurança alimentar através do estabelecimento de plataformas de inovação para toda a cadeia de valores.
O mesmo documento defende, por outro lado, o aumento de acesso à água potável, estabelecendo metas de 69% e 70% da população rural e urbana, respectivamente, para além do saneamento do meio a passar de 48% para 80% de cobertura até 2014. Entretanto, Yolanda Cintura, titular daquele pelouro, mostrouse preocupada com o recrudescimento de casos do tráfico de seres humanos, apelando as direcções provinciais do seu ministério a intensificarem acções de fiscalização dos centros de acolhimento de crianças, em particular na província nortenha de Nampula, tida como epicentro do tráfico de pessoas.