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EN6 custou 410 milhões de dólares e “era suposto que resistisse a qualquer tipo de intempérie”

EN6 custou 410 milhões de dólares e “era suposto que resistisse a qualquer tipo de intempérie”

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos considerou de “surreal” a destruição causada pela força das águas sobre a novíssima Estrada Nacional nº 6 (EN6) cuja plataforma João Machatine disse que tinha “consistência que era suposto que resistisse a qualquer tipo de intempérie”, afinal custou 410 milhões de dólares em dívida externa.

O rasto de destruição do Ciclone tropical IDAI continua a surpreender aos moçambicanos, na tarde de sábado (17) as autoridades de emergência foram alertadas de súbitas inundações no distrito de Nhamatanda, devido ao aumento do fluxo de água nas Bacias do Búzi e Púnguè. Centenas de cidadãos foram apanhados desprevenidos e automobilistas que transitavam pela Estrada Nacional nº 6 viram-se ilhados.

Pelo menos um viatura foi arrastada pela força da água que não só inundou a via, que custou 410 milhões de dólares norte-americanos e cuja construção estava nos detalhes finais para ser inaugurada, como ainda mostrou que as infra-estrututras que estão a ser construídas em Moçambique ainda estão longe de ser resistentes às Calamidades Naturais.

“O que estamos a assistir é algo surreal atendendo a consistência desta infra-estrutura, desde a base até a sub-base temos que quase uma lage de betão antes do próprio revestimento, temos um espessura de 20 a 25 centímetros de revestimento e isto tudo foi removido pela água”, começou por afirmar o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos após visitar as secções danificadas no distrito de Nhamatanda.

Machatine mostrou aos microfones da rádio pública a sua incredulidade diante do poder da natureza: “A força brutal das águas foi de tal ordem que acabou destruindo aquilo que para nós era impensável que acontecesse, estamos a ver toda a plataforma da estrada, desde a base, o revestimento removidos. Esta plataforma tem uma consistência que era suposto que resistisse a qualquer tipo de intempérie e como se não bastasse estamos a presenciar esta ponte que cedeu, devido ao assentamento do pilar, houve muita escavação nas fundações deste pilar e acabou cedendo e consequentemente o próprio tabuleiro”.

O @Verdade apurou que as secções da EN6 que foram arrastadas pelas águas localizam-se numa região que é curso natural da água das Bacias do Búzi e do Púnguè e por isso melhores soluções de engenharia e resiliência deveriam ter sido ali edificadas.

João Machatine disse que a preocupação do Governo “é garantir a transitabilidade, então ocorre-nos a alternativa de criar aqui um desvio, vamos deixar o nível das águas baixar ainda mais, e criar-se aqui um desvio”.

“Vai-se ter aqui duas frentes, uma que vem de Inchope em direcção a Beira para garantir-se a transitabilidade nesta secção e outra frente que virá da Beira para o Inchope para repor numa área de 10 quilómetros. Vamos fazer de tudo para que o mais rapidamente possível se consiga garantir, ainda que condicionamelmente, a transitabilidade e enquanto isso se vão apurar as reais necessidades para uma intervenção definitiva”, prognosticou o governante.

A Estrada Nacional nº 6 é a principal ligação entre a capital da província de Sofala e Moçambique, mas ao longo dos seus mais de 287 mil quilómetros movimenta toda economia da Região Centro ligando o Porto da Beira ao município do Dondo, ao distrito de Nhamatanda, ao distrito de Gondola, ao distrito de Manica, a cidade do Chimoio e é troço fundamental do Corredor para Tete, Zimbabwe e o Malawi.

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