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Empreiteiros defendem o uso de materiais locais

Os construtores moçambicanos devem apostar no uso de materiais locais com vista a reduzir o custo de aquisição, rentabilizar o sector, criar competitividade e qualidade nas obras executadas bem como preparem-se para usar a novas tecnologias. Contudo, o inspector-geral das Obras Públicas, Alberto Andissene, diz que o país ainda não está em condições de agir nesse sentido, sobretudo porque a indústria nacional é incipiente.

A Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME) disse, esta quinta-feira (12), em Maputo, no seminário internacional de construção civil, realizado sob o lema “Construindo com Recursos Locais”, que é possível acompanhar a evolução global do ramo da construção recorrendo ao uso e aproveitamento de matéria-prima local.

O presidente da FME, Agostinho Vuma, afirmou que o país possui recursos materiais e humanos para o efeito, mas a grande lacuna tem a ver com o défice das unidades de produção, que tem concorrido para o incremento dos preços de aquisição.

Segundo a fonte, é preciso que se introduzam reformas e se reajustem as estratégias e o regulamento do sector para que todos tenham oportunidades de acesso à habitação. “O país precisa adoptar tecnologias de construção de baixo custo para servir ao vasto mercado de habitação em franco crescimento”.

Vuma acrescentou também que é necessário que se introduza e se promova o uso de tecnologias sustentáveis, potenciação da mão-de-obra local, melhorias na regulação da qualidade dos produtos e no empoderamento das empresas.

O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, disse que a construção civil é vector crucial para a elevação da capacidade produtiva da economia nacional. Contudo, ainda há poblemas que impedem o seu crescimento, tais como o abandono de obras por parte de alguns empreiteiros desonestos, o que tem manchado e prejudicado sobremaneira os construtores nacionais.

Para ultrapassar isso, o Governo deve aumentar a duração dos contratos de manutenção de estradas de dois para quatro anos, impor obrigatoriedade das empresas estrangeiras para que subcontratem, no mínimo, 20 porcento dos empreiteiros nacionais e implemente a cláusula da preferência doméstica conforme o disposto no artigo 26 do decreto 15/2010, sugeriu Manuel.

Por sua vez, o inspector-geral das Obras Públicas, Alberto Andissene, disse que a matéria-prima interna ainda não satisfaz as necessidades do país, o que tem resultado na importação materiais e tecnologias do exterior.

Ao problema, acresce-se a fraca certificação das indústrias locais, custos elevados de produção, o que reduz a competitividade do sector, de acordo com Andissene, para quem a solução é a implantação de uma indústria capaz de tirar proveitos das potencialidades existentes no país e a elaboração de um regulamento que defina os padrões elementares da actividade em alusão.

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