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Embaixador sírio desertor pede ataque contra forças de Assad

O primeiro embaixador a abandonar o presidente sírio, Bashar al-Assad, pediu ao Exército para “direccionar as suas armas para os criminosos” do governo, enquanto as tropas invadiam um subúrbio da capital, esta Quinta-feira (12), para eliminar os rebeldes.

Nawaf al-Fares, que tem laços estreitos com os serviços de segurança, foi embaixador da Síria no seu vizinho Iraque, um dos seus poucos amigos na região.

A deserção de Fares, poucos dias depois da deserção de Manaf Tlas, um general de brigada da Guarda Republicana que cresceu com o presidente, deu à revolta anti-Assad um dos seus maiores incentivos em 16 meses de derramamento de sangue.

Tlas, filho dum veterano ex-ministro da Defesa sírio, não fez nenhum comentário público desde que fugiu para Paris. Mas Fares postou uma declaração em vídeo no Facebook, Quarta-feira (11), em que repetidamente afirmava que as forças do governo estavam a matar civis.

“Declaro que juntei-me, a partir deste momento, à revolução do povo sírio”, disse ele. “Eu peço… aos membros do Exército para juntarem-se à revolução e para defenderem o país e os cidadãos. Direccionem as suas armas para os criminosos deste regime.”

O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshiyar Zebari, disse que Fares estava agora no Catar, um dos Estados do Golfo que abertamente apoia os rebeldes e pede a renúncia de Assad.

A repressão de Assad no que começou como um amplo movimento pró-democracia pacífico ajudou a transformá-lo numa rebelião armada, mas os insurgentes sabem que devem corroer a lealdade e a convicção do seu governo para afrouxar o seu controle do poder.

A deserção foi bem recebida pelos oponentes de Assad e por potências ocidentais e árabes sunitas, que insistem que Assad deve deixar o poder em qualquer solução política para a Síria.

Em Damasco, um breve comunicado do governo disse : “O Ministério das Relações Exteriores da Síria declara que Nawaf al-Fares foi dispensado das suas funções e ele não tem mais nenhuma ligação com a nossa embaixada em Bagdad ou o Ministério das Relações Estrangeiras. A embaixada no Iraque continuará a conduzir as suas funções normais.”

Quinta-feira (12), os moradores relataram o primeiro bombardeio da capital quando as forças de segurança usaram morteiros, tanques e infantaria para tentar eliminar os rebeldes de Kfar Souseh, um subúrbio no sul.

Os activistas disseram que os tanques estavam a disparar da Mesquita Hadi para o leste dos campos, e do aeroporto militar al-Mazzeh imediatamente para o oeste.

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